O cerco está se fechando contra o atual “cabeça” da Samsung. Depois de escapar de um pedido de prisão, Jay Y. Lee terá de aguardar por mais uma decisão judicial — uma que poderá colocá-lo atrás das grades ainda nesta semana.
Na terça-feira, 14, um tribunal de Seul informou que será realizada uma audiência amanhã para que se decida sobre o destino do executivo, que vem sendo investigado num enorme caso de corrupção envolvendo a Presidência da Coreia do Sul.
O escritório da promotoria especial que investiga a história disse hoje que ampliou a lista de crimes pelos quais Lee deve responder, incluindo esconder os procedimentos de um ato criminal. Isso foi um dos motivos pelos quais o executivo teve mais um pedido de prisão protocolado, segundo reporta a Reuters.
Jay Y. Lee é vice-chairman da Samsung. Seu pai, Lee Kun-hee, é o chairman da companhia, mas, como está incapacitado devido a um ataque do coração sofrido em 2014, ele teve os poderes transferidos para o filho. O executivo teve o nome envolvido em um esquema tão grande que causou a derrubada da ex-presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, e já prestou mais de um depoimento sobre a história (um deles nesta semana).
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A promotoria pediu a prisão de Lee sob a acusação de que o executivo teria subornado a ex-presidente para receber apoio governamental em um plano de unir duas afiliadas da Samsung em 2015. Lee teria instruído subsidiárias da Samsung a fazerem doações multimilionárias à família de Choi Soon-sil, que é confidente da ex-presidente, e a duas fundações controladas pela mesma Choi.
Investigadores afirmam que Park Geun-hye, quando ainda estava no governo, e Choi Soon-sil conspiraram para obter milhões não só da Samsung, mas de várias outras companhias locais, grande parte delas controladas por famílias poderosas no país. Em novembro, promotores indiciaram Choi por ter coagido 53 grandes negócios a doarem o equivalente a US$ 69 milhões a duas fundações em seu nome.
A Samsung foi quem deu a maior contribuição: além de doar um total de US$ 17 milhões às fundações, a empresa ainda assinou um contrato de US$ 18 milhões com uma companhia de gerenciamento esportivo alemã que era controlada por Choi. A Samsung também repassou US$ 1,3 milhão a um programa de esportes de inverno tocado por Choi e seus netos.
No mês passado, Jay Y. Lee afirmou, em depoimento, que não estava envolvido nas decisões que culminaram em tais doações. O vice-chairman também argumentou que os repasses eram involuntários, indicando que a Samsung não seria participante do esquema de suborno, e sim vítima de extorsão. A promotoria, entretanto, diz não estar convencida.