Brasil perdeu 13 milhões de linhas de celular em 2016

Redação20/01/2017 11h25, atualizada em 20/01/2017 11h55

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A Anatel divulgou ontem um balanço do número de linhas móveis em operação no Brasil em 2016. De acordo com o órgão regulador, o Brasil fechou o ano com 13.747.515 linhas de celular a menos do que começou. O número representa uma queda de 5,33% com relação ao final de 2015. Apenas entre novembro e dezembro de 2016, a queda foi de 1,76% (4.381.305 linhas).

O órgão regulador de telefonia atribui essa queda a dois fatores. Um deles é a desaceleração econômica do Brasil. O outro, no entanto, é o fato de que as tarifas de interconexão (entre empresas fixas e móveis) e de remuneração de uso de rede das prestadoras móveis foram reduzidas. Isso significa que ficou mais barato ligar de uma operadora para outra. Como explica a Anatel, “com preços menores das ligações de uma empresa para outra, os consumidores cancelaram os chips de diferentes prestadores”.

Por empresa

Dentre as prestadoras de telefonia móvel, as que mais perderam clientes foram a Oi, a Claro e a TIM, nessa ordem. Ao longo de 2016, a Oi perdeu quase 6 milhões de linhas, ou 12,32% do seu total. A Claro perdeu um número ligeiramente inferior, mas, como tinha mais clientes que a Oi, essa perda representou apenas 8,8% do seu total de linhas. A TIM, por sua vez, perdeu 2,8 milhões de linhas (4,25%).

No entanto, as prestadoras de telefonia móvel menores cresceram bastante no ano. A Porto Seguro, por exemplo, saltou de 350 mil para 450 mil linhas – um crescimento de 28,7%. Mais impressionante ainda foi o crescimento da Datora Telecom, uma operadora virtual de telefonia móvel que, em 2016, saltou de 43 mil para 100 mil linhas, o que significa um aumento de mais de 134%.

Por região

Embora todos os estados tenham fechado 2016 com menos linhas celulares do que começaram, foi no Nordeste que a queda foi maior. Os três estados que mais perderam linhas são de lá: Rio Grande do Norte (queda de 11,75%), Alagoas (10,94%) e Pernambuco (10,9%). Ceará e Paraíba não ficaram muito atrás na porcentagem de linhas desativadas ao longo do ano.

Pernambuco foi também o estado que viu a maior redução mensal em seu número de linhas. Apenas entre novembro e dezembro, o estado perdeu 3,41% de suas linhas. No sul e no sudeste, a queda anual foi um pouco menor, ficando geralmente entre 3% e 4%. O estado que menos perdeu linhas de celular, contudo, foi Roraima, com redução de apenas 0,19%.

Pré e pós

Curiosamente, enquanto o número de linhas pré-pagas caiu quase 20 milhões (10,75%, de 184,5 milhões para 164,7 milhões), o número de linhas pós-pagas subiu mais de 6 milhões (8,32%, de 73,2 milhões para 79,3 milhões). Essa situação pode corroborar a opinião da Anatel sobre o fato de que, com a redução das tarifas entre operadoras, muitos usuários estão cancelando seu segundo chip.

Há que se considerar, no entanto, que as linhas pós-pagas são consideravelmente menos acessíveis que as pré-pagas. Diante dessa situação, é possível que os dados da Anatel mostrem uma queda desproporcional de acessibilidade entre a população de renda menor.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital