A Apple anunciou os resultados de seu primeiro trimestre fiscal, referente ao período de três meses encerrado em 31 de dezembro. Tradicionalmente, é uma época forte para a companhia, já que compreende o período do Natal e o da Black Friday, e desta vez não foi diferente: a Apple bateu o recorde de vendas de iPhones, revertendo uma tendência incômoda de queda nos números de celulares vendidos.

O anúncio agradou investidores, que estavam preocupados com a possibilidade de a Apple começar a encolher após dois trimestres consecutivos reportando quedas. Os resultados ruins nos últimos tempos se deviam em grande parte à queda de demanda na China, e isso não mudou, com uma queda de 20% no faturamento relativo ao país asiático na comparação ano a ano. No entanto, houve alta em todos os outros setores, com destaque para o Japão, que ajudou a manter os números lá em cima. No total, as receitas cresceram 3% na comparação com o mesmo período de 2015.

Foram 78,3 milhões de unidades de celulares vendidas nos últimos três meses do ano passado, ante a 75,9 milhões no mesmo período do ano anterior, gerando US$ 54,38 bilhões em receitas para os cofres da Apple. O valor representa 69,4% do total de receitas da empresa (US$ 78,35 bilhões), indicando que a companhia está cada vez mais dependente do sucesso do iPhone para se manter no topo.

O fato pode ser visto de duas formas: a primeira é a de que o principal produto da empresa continua rendendo muito bem; a segunda, menos otimista, é de que nenhum produto da Apple é capaz de se aproximar do seu sucesso, deixando a companhia mais vulnerável a mudanças no mercado.

O iPad, por exemplo, que era para ser o segundo grande produto da Apple, vem em queda livre há anos. Foram 13 milhões de unidades vendidas, com uma queda de 19% em volume de vendas e de 22% em faturamento. Enquanto isso, os Macs continuam estáveis, sem grandes variações, com 5,4 milhões de computadores movimentados, um salto de apenas 1% em unidades vendidas e de 7% em receitas geradas. Os “outros produtos”, que incluem acessórios, Apple Watch, iPods e quaisquer outros produtos da Apple fora iPhone, iPad e Mac, viram queda de 8% no faturamento.

Ao mesmo tempo, começa a despontar uma nova fonte de renda importante para a Apple: serviços. A divisão, que engloba as receitas da App Store, Apple Pay, Apple Music e do iTunes como um todo, viu o maior salto em faturamento, de 18%, gerando US$ 7,17 bilhões para os cofres da empresa.