Primeira fábrica a produzir iPads fora da China, a unidade da Foxconn que fica em Jundiaí, no interior de São Paulo, está sendo parcialmente desfeita. A montagem dos tablets parou há cerca de 20 dias, segundo informam fontes do jornal Gazeta do Povo.
Dos 130 funcionários focados na tarefa, aproximadamente 70 já teriam sido demitidos. O restante está de licença ou trabalhando no desmonte das máquinas sem saber se conseguirá manter o emprego. Em seu auge, a linha contava com 2.000 pessoas.
O setor responsável pelos iPhones, em que há cerca de 2.300 funcionários, continua operando normalmente, mas uma das fontes da Gazeta disse que “o desânimo de quem trabalha lá é evidente”, já que, embora pequena, a linha de iPads desempenhava papel fundamental para a operação brasileira. “Com o encerramento da produção, muitas coisas ficaram incertas.”
A Foxconn de Jundiaí foi responsável pela fabricação de vários modelos do tablet, desde o iPad 2 (de 2011) até, pelo menos, o iPad Air 2 (2015). Quando a operação foi iniciada, no início de 2012, havia expectativa de que a Apple baixaria os preços locais, mas isso não só não ocorreu como seus produtos ainda ficaram cada vez mais caros. A fábrica também foi palco de pelo menos duas greves; na primeira, em 2014, 3.700 pessoas cruzaram os braços.
Os modelos que eram montados em Jundiaí continuam à venda no Brasil, mas mediante importação da China. A Foxconn foi consultada pelo jornal e disse que não se pronunciaria para preservar a cliente, Apple.