Recentemente, a Apple entrou com um processo de US$ 1 bilhão contra a Qualcomm por causa das práticas de licenciamento da empresa. De acordo com uma fonte da Qualcomm ouvida pelo Recode, no entanto, a fabricante de processadores não pretende deixar o assunto por isso mesmo.

A Qualcomm acredita que a Apple quer transformar uma insatisfação com o seu próprio contrato de licenciamento de tecnologia em um problema regulatório. A fabricante de chips foi processada também no final de 2016 pela FTC, a agência reguladora de comércio dos EUA, por seu esquema de licenciamento. A Apple fez parte das investigações da FTC no caso e alegou que a Qualcomm retaliou contra sua participação, retendo cerca de US$ 1 bilhão em pagamentos à empresa.

Negócios à parte

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Mesmo com essas disputas, no entanto, nenhuma das empresas pretende parar de fazer negócios com a outra. Embora a Apple fabrique seus próprios processadores, ela ainda utiliza componentes da Qualcomm. Mais especificamente, os chips de modem de redes móveis dos iPhones são fornecidos pela empresa chinesa. 

Em seus últimos lançamentos, os iPhones 7 e 7 Plus, a Apple testou pela primeira vez o uso de chips de modem fabricados pela Intel também. No entanto, os chips da Intel só eram compatíveis com as tecnologias de redes móveis usadas pelas operadoras estadunidenses AT&T e T-Mobile. Para atender a clientes da Sprint e da Verizon, a empresa ainda precisava dos modems da Qualcomm.

O problema é que não é possível licenciar apenas o uso dos modems da Qualcomm. A empresa exige que as fabricantes de smartphones que queiram usar seus chips também paguem para licenciar as tecnologias subjacentes usadas pelos modems. Em outras palavras, é como se, em vez de licenciar o uso do carro, você precisasse licenciar o uso dos pneus, do motor e da transmissão. A empresa nota ainda que não deixou de fazer negócios com outras empresas que a processaram anteriormente.