Amazon começa a vender eletrônicos no Brasil na próxima semana, diz jornal

Renato Santino12/10/2017 00h51

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A Amazon já falou publicamente sobre seus planos de entrar de verdade no mercado brasileiro. A empresa opera por aqui desde 2012, mas até hoje só comercializa livros. As coisas podem começar a mudar a partir da próxima semana com o início das vendas de muitos outros produtos, entre eles os eletrônicos.

A informação vem do jornal Valor Econômico, que diz ter apurado que a empresa planeja colocar esse plano em prática no dia 18 de outubro. Assim, a tendência é que as operações já estejam em pleno vapor durante a Black Friday deste ano, no final de novembro.

A primeira fase dessa expansão teria como foco exatamente os eletrônicos; a justificativa para essa decisão é que esse tipo de produto tem demanda alta e são facilmente transportados. No entanto, a ideia é que no longo prazo a Amazon brasileira possa ter um catálogo tão recheado quanto a americana, que vende praticamente tudo.

Nesse primeiro momento, a empresa implantará apenas o modelo de marketplace para os eletrônicos. Nesse tipo de transação, a Amazon opera apenas como intermediário da compra, fornecendo um canal entre consumidor e lojas parceiras e ferramentas de logística para conclusão do negócio.

De acordo com o Valor, as conversas com varejistas e com empresas de tecnologia que integram lojas virtuais a marketplace se intensificaram nos últimos 15 dias. A Amazon enviou dois documentos aos comerciantes que toparam a integração, que incluem o Manual do Vendedor e um roteiro de como preparar o catálogo para envio à empresa. Os produtos aceitos incluem TVs, celulares, acessórios para celulares, monitores, computadores, câmeras e mais.

Os indícios dessa expansão já estavam aí há algum tempo. Primeiro a empresa publicou uma série de vagas para trabalhar na Amazon Brasil, que indicam a entrada em outros ramos. Em seguida, o próprio gerente regional da empresa, Alex Szapiro, falou abertamente sobre a expansão, como informou a Folha de S. Paulo.

“Nós não vamos ficar só em livros. Não comentamos planos, infelizmente não podemos especular, mas dou uma dica: as vagas em aberto permitem inferir”, afirmou na época Szapiro, apontando também que a sede da empresa em São Paulo ocupava quatro andares, mas em breve precisaria de mais dois.

Na época, a empresa procurava por especialistas em impostos e contadores experientes, o que por si só já mostrava uma mudança de panorama. Livros são produtos isentos de tributos, o que indicava a diversificação de produtos. Além disso, a empresa procurava profissionais de logística e do varejo para lidar “com uma variedade de produtos”.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital