Agência dos EUA quer criar vacinas que se adaptam a novas doenças

Redação11/04/2016 14h16

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A agência de pesquisas do exército dos Estados Unidos, DARPA (Defense Advanced Research Projects Agency) lançou na semana passada um novo programa de pesquisa. Chamado de INTERCEPT, o programa terá como objetivo a criação de vacinas capazes de evoluir junto com os vírus contra os quais elas tentam proteger.

Proteção adaptável

Geralmente, as vacinas são específicas para uma variante específica de cada doença. Os vírus causadores das coenças, no entanto, conseguem se adaptar às vacinas de forma a torná-las obsoletas. É por isso, por exemplo, que as vacinas contra gripe precisam ser administradas com regularidade: o próprio vírus da gripe evolui para se tornar resistente a ela.

O INTERCEPT (sigla que significa ‘Interference and co-Evolving Prevention and Therapy’, ou Interferência e Prevenção e Terapia Co-Evolutivas”) pretende contornar esse problema usando partículas semelhantes a vírus criadas em laboratório. Essas partículas, chamadas de TIPs (sigla em inglês que significa partículas interferentes terapêuticas), atrapalham a reprodução dos vírus.

Os vírus são compostos por uma capa protéica que envolve material genético. Eles infectam outras células injetando nelas o seu material genético, e obrigando-as a fabricar novas cópias de si. As TIPs são partículas que funcionam de maneira semelhante, mas são inofensivas porque não conseguem obrigar as células a reproduzí-la.

Diluindo a doença

A vantagem das TIPs é que quando uma célula atingida por elas é infectada por um vírus, a célula não reproduz o vírus da mesma maneira. Em vez de criar cópia do vírus, ela passa a criar cópias da TIP (que são inofensivas). Por isso, as TIPs podem dificultar a reprodução dos vírus dentro do organismo do paciente.

Segundo a agência, em estudos preliminares conduzidos em laboratório, as TIPs conseguiram reduzir a reprodução dos vírus para um vigésimo do total. Em quantidades menores, os vírus podem ser combatidos por muito mais facilidade pelo organismo, que então se torna resistente a eles – em um processo semelhante ao de vacinas.

Longo caminho

Embora trate-se de uma possibilidade promissora, o projeto ainda está em suas primeiras etapas. O primeiro passo será o desenvolvimento das TIPs. Esse processo exigirá, além da elaboração das partículas, a condução de testes para garantir que elas funcionam e o refinamento das partículas com o uso de modelos computacionais.

De acordo com o Engadget, o processo de inscrição de propostas para a criação das TIPs começará no dia 29 de abril. No entanto, essa tecnologia tem o potencial de combater, de maneira eficaz, até mesmo doenças como dengue, ebola, zika e Chikungunya.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital