Acordo salarial para o setor de TI ainda está muito distante, diz sindicato

Redação19/01/2017 21h42

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O Sindpd (Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados e Tecnologia da Informação do Estado de São Paulo) está pessimista e o motivo é claro: o atraso no acordo salarial para o setor de TI em São Paulo. As negociações seguem em curso com a entidade patronal, a Seprosp, e o órgão avalia que elas ainda vão demorar para acabar.

Isso porque o consenso está longe de ser atingido. Segundo divulgado, a oferta dos patrões durante a primeira rodada de negociações foi de aumentar em 3,5% (e depois 4%) o salário dos funcionários e dar abono de 10%, a ser pago em outubro. A proposta foi refutada imediatamente pelo Sindpd, que argumenta que o aumento não cobre nem a alta da inflação (6,58%, segundo o INPC).

“Não há como pensar em negociar com alguma coisa que comece abaixo da inflação. Inflação não se negocia, se repõe. Eu repito isso em todas as nossas reuniões”, ressaltou o presidente da entidade, Antonio Neto.

Dessa forma, a posição do órgão nas negociações segue inalterada. Eles reivindicam reajuste de 8,58% e redução da jornada de trabalho para até 30 horas semanais sem diminuição dos salários. Também há o pedido para o aumento do valor do vale-refeição para R$ 20 por dia para funcionários com cargas horárias de seis horas por dia, e de R$ 18 para os que trabalham até seis horas por dia. Os patrões ofereceram reajuste para R$ 17,50.

A boa notícia para os trabalhadores é que o órgão conseguiu garantir a estabilidade de emprego para futuros pais a partir do sétimo mês de gestação da mulher até 30 dias após a data do parto. Antes isso ocorria somente até o oitavo mês.

O auxílio-creche também sofreu alterações e agora a empresa reembolsa os funcionários em até 40% do salário normativo para cada filho de até 60 meses de idade. O percentual de 40% válido até hoje era apenas para filhos de até 24 meses. Para crianças entre 24 e 60 meses de idade, o benefício era de 30%.

Entre as outras demandas do setor estão:

  • Reajuste salarial de 8,58%;
  • Redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais;
  • Pagamento de vale-alimentação;
  • Vale-refeição de R$ 20;
  • Pagamento integral de plano médico;
  • Aumento no pagamento de hora extra;
  • Licença-maternidade obrigatória de 180 dias;
  • Seguro de vida equivalente a 30 pisos salariais;
  • Garantia de reembolso de km para trabalhadores que usam os próprios veículos;
  • Pagamento de vale-cultura;
  • Custeio de bolsa de estudo para qualificação profissional.

Além de negar diversas solicitações do setor, o empresariado também sugeriu algumas medidas que poderiam aumentar os custos dos trabalhadores. Veja abaixo as propostas do Seprosp:

  • Reajuste salarial de 4%, acrescido de abono de 15% a ser pago em outubro;
  • Manutenção da jornada de trabalho em 40 horas semanais;
  • Vale-refeição de R$ 17,50;
  • Auxílio-creche de 40% para crianças de até 60 meses;
  • Redução da multa para empresas que atrasam salários;
  • Desobrigação de continuidade da PLR para empresas que já pagam o benefício;
  • Desconto do vale-refeição em caso de faltas ou ausências dos trabalhadores;
  • Cobrança de coparticipação em planos de saúde e também dos procedimentos;
  • Rejeição a todas as demais propostas feitas pelo Sindpd.

Como é possível ver, as partes ainda estão bem distantes de um acordo. A próxima rodada de negociações com o setor patronal está marcada para terça-feira, 24, às 15h, na sede do Seprosp.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital