A corrida para ser a gigante de tecnologia mais valiosa do mundo está esquentando. Depois de na última segunda-feira, 26, a Microsoft tomar brevemente a liderança dessa disputa das mãos da Apple, o feito voltou a se repetir nesta quarta-feira, 28, refletindo uma batalha acirrada que deve ter bastante alternância nas próximas semanas.

Durante o pregão da bolsa desta quarta-feira, a Microsoft viu uma alta de 3% nas suas ações, o que levou o seu valor a US$ 848 bilhões, enquanto no mesmo momento os papéis da Apple viam uma alta de 2,17%, atingindo um valor total de US$ 845 bilhões.

Ao final das negociações, no entanto, as posições já haviam se invertido novamente. A Apple fechou o dia valendo US$ 858 bilhões, enquanto a Microsoft valia US$ 853 bilhões. A proximidade entre as duas dá a entender que a briga deve se manter acirrada nos próximos dias, ou até mesmo meses.

A disputa é interessante porque mostra uma situação nova no mercado. Desde que os smartphones começaram a se tornar a principal plataforma computacional do mundo, o mercado de PCs, dominado pelo Windows, passou a sofrer, contribuindo para uma desvalorização da Microsoft, ao mesmo tempo em que o iPhone, sendo o celular que alavancou a revolução, levantou a Apple à marca de primeira empresa a valer US$ 1 trilhão nos EUA.

O emparelhamento recente entre as duas empresas mostra que talvez as coisas estejam começando a mudar. O mercado de smartphones já não cresce mais, e a Apple revelou vendas estagnadas por dois trimestres seguidos, que foram compensadas com um aumento da margem de lucro por unidade vendida, pelo fato de que os novos iPhones são mais caros que os antigos.

Há vários fatos pesando contra a Apple neste momento. As vendas do iPhone não crescem mais, como já dito; além disso, há uma série de relatos de que os novos aparelhos não são o sucesso que se esperava, ao ponto de a Apple mandar reduzir a produção e começar a fabricar novamente o iPhone X, que já deveria ter sido descontinuado. As expectativas, no momento, não são positivas para a empresa, que depende quase totalmente do iPhone para se manter no topo, sendo que mais da metade das receitas da companhia vêm do celular. A empresa também acabou acompanhando as fortes quedas nas bolsas americanas, que afetou bastante as gigantes de tecnologia.

Já a Microsoft tem apresentado números positivos e tem mostrado ao mercado a capacidade de diversificar e se reinventar, o que explica o fato de ela ter se mantido em alta enquanto todo o mercado despencava. Se o Windows não dá mais os mesmos resultados de antigamente, a empresa ainda tem o Office, que movimenta fortunas, e tem cada vez mais se estabelecido como uma gigante da computação em nuvem com a plataforma Azure. O Surface tem ganhado espaço como uma categoria de produtos importante da Microsoft e o Xbox, mesmo que a geração One não repita o sucesso do 360, ainda é uma marca bastante querida pelo público.