Mark Zuckerberg não está tendo uma boa semana. Além de ver boa parte do seu patrimônio se desvalorizar radicalmente com a queda brutal de 20% no valor das ações do Facebook, o executivo também deve ver aumentar a pressão para que seu poder dentro da companhia que fundou seja diminuído.
Como reportou o site Business Insider, um fundo chamado Trillium, que controla mais de US$ 11 milhões em ações do Facebook, protocolou uma proposta de mudanças de governança, que visa fazer com que Zuckerberg abandone ao menos uma de suas posições na empresa, julgando que ele concentra poder demais.
Hoje, Mark Zuckerberg ocupa o cargo de CEO da empresa, mas também acumula a posição de presidente do conselho. O documento afirma que um CEO que também chefia o conselho pode exercer influência demais sobre conselheiros, enfraquecendo o poder de supervisão da gerência da companhia. Assim, o ideal seria que o executivo fosse substituído por um presidente independente do conselho do Facebook, como fazem empresas como Apple, Google, Microsoft e tantas outras.
Entre os gatilhos para que essa proposta ganhe força estão as crises enfrentadas recentemente pelo Facebook, o caso da tentativa de interferência russa nas eleições presidenciais dos EUA em 2016 e até mesmo a recente situação em Mianmar, onde atos de violência acabaram incitados por meio da rede social. Os resultados abaixo do esperado anunciados na última quarta-feira, 25, também não colaboram.
O problema é que, apesar de o Trillium ter apoio, com 51% dos acionistas independentes votando a favor das mudanças, é praticamente impossível realizar qualquer mudança na organização do Facebook se Zuckerberg não quiser, graças à estrutura acionária da companhia.
Hoje, a companhia tem dois tipos de ações: Classe A e Classe B. As ações Classe B têm um poder de voto 10 vezes maior do que as Classe A. E, para dificultar ainda mais, Mark Zuckerberg controla 75% das ações Classe B, o que faz com que ele tenha controle praticamente total sobre as votações da empresa. Assim, ele só sairá de um dos cargos que ocupa se renunciar de forma voluntária.