Acionistas do Facebook rejeitam proposta para avaliar igualdade de salários

Equipe de Criação Olhar Digital02/06/2017 14h13

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Acionistas do Facebook votaram contra uma proposta da empresa para realizar e publicar um levantamento sobre as discrepâncias de salário entre gêneros e etnias na empresa. De acordo com o TechCrunch, esse é o segundo ano seguido em que os acionistas da rede social derrubam uma proposta desse tipo.

Segundo o site, o conselho administrativo do Facebook orientou os acionistas a votarem contrariamente à proposta por considerar que a empresa já investe o suficiente nessa área. “Dadas as nossas práticas compensatórias continuadas e dado que nós já noticiamos que temos paridade salarial, (…) a preparação do relatório contemplado nessa proposta é desnecessária e contrária aos interesses dos acionistas”, disse o conselho.

Controvérsia

De fato, a empresa é bastante aberta com relação às suas políticas de igualdade salarial. Por outro lado, um levantamento feito pela Glassdoor em 2014 mostrou que engenheiras de software do Facebook ganhavam, em média, cerca de US$ 6.000 a menos que os engenheiros de mesmo nível hierárquico.

Outra pesquisa desse ano, do LinkedIn, sugere que a diferença está na proporção de mulheres em cargos de gerência: no setor de tecnologia, elas ficam com apenas 20% dos cargos desse nível. Natasha Lamb, uma das envolvidas no processo de decisão, argumentou que a ausência de um levantamento feito pelo próprio Facebook deixaria a empresa em desvantagem com relação a outras gigantes da tecnologia (como Apple e Microsoft) que publicam relatórios anuais desse tipo.

Não se trata da única empresa de tecnologia a se envolver em discussões como essa recentemente. O Google está sendo processado pelo Departamento do Trabalho dos Estados Unidos por se negar a fornecer ao órgão documentos sobre a remuneração de seus funcionários. O departamento acusou a empresa de ter uma disparidade “extrema” entre os salários de seus funcionários e de suas funcionárias, mas o Google considerou que seria “caro demais” gastar US$ 100 mil para levantar os dados que o governo quer.