Na noite da última quinta-feira, 17, o CEO e fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, publicou um imenso manifesto a respeito do futuro de sua empresa em sua própria página na rede social. O texto de mais de 6.000 palavras toca em diversos assuntos, inclusive na privacidade dos usuários.

Acontece que, originalmente, o manifesto incluía um comentário, no mínimo, intrigante sobre esse assunto. No texto original, Zuckerberg admitia a possibilidade de usar inteligência artificial para identificar riscos até em chats privados do Facebook.

“A promessa de longo prazo da inteligência artificial, além de identificar riscos mais rápida e precisamente, é de que que ela possa também identificar riscos que ninguém teria denunciado antes – incluindo planos de ataques terroristas em canais privados, pessoas ofendendo alguém com medo de denunciar, e outras questões locais e globais”, dizia o trecho do texto original.

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Essa versão do manifesto foi divulgada pela agência de notícias Associated Press e confirmada pela assessoria de imprensa do Facebook ao Mashable. Segundo um porta-voz da empresa, o comentário havia sido “revisado” e por isso não entrou na publicação que foi ao ar na última quinta.

O trecho em questão foi substituído por este na versão final: “Olhando para frente, uma de nossas grandes oportunidades para manter as pessoas seguras é a de construir inteligências artificiais para entender mais rápida e precisamente o que está acontecendo na nossa comunidade”. A referência ao monitoramento de conversas privadas foi apagada.

Em outro trecho da carta publicada por Zuckerberg, o CEO diz que o Facebook está “começando a explorar maneiras de usar a inteligência artificial para diferenciar notícias sobre terrorismo de propaganda terrorista, para que assim possamos remover rapidamente qualquer um que esteja tentando usar nosso serviço para recrutamento de organizações terroristas”.

Faz sentido que o comentário original tenha sido removido, visto que, em outro trecho da carta, Zuckerberg fala sobre a importância da criptografia na proteção da privacidade dos usuários, destacando como exemplo o WhatsApp e o Messenger. “Manter nossa comunidade segura não exige comprometer a privacidade”, diz o executivo.

Leia a carta na íntegra (em inglês) aqui.