Você sabe que o Blockchain não é só o Bitcoin, né?

Se até os grandes bancos já tem projetos com esta tecnologia, é porque ela tem o seu valor, não?
Redação02/10/2018 23h35, atualizada em 03/10/2018 02h59

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O mundo atual está com todas as atenções voltadas ao conhecido Bitcoin – o potencial de mercado e valorização extremamente alta atraem a atenção de investidores e empresas. Entretanto, muitas pessoas desconhecem o potencial da tecnologia, que, de modo geral, vai muito além das criptomoedas.

Quando falamos sobre a Blockchain, automaticamente já associamos ao Bitcoin, e por que isso?

Criado por Satoshi Nakamot, o conceito veio a público em 2008, com o artigo acadêmico Bitcoin: um sistema financeiro eletrônico peer-to-peer. O bitcoin faz uso da blockchain para garantir a autenticidade e segurança das informações durante as transações financeiras. De modo geral, cada transação é assinada digitalmente, garantindo a validade dos dados.

Blockchain: o protocolo de confiança

A “blockchain” pode ser traduzida, literalmente, como uma corrente de blocos que funciona como um “livro razão” (em inglês, denomina-se ledger), que registra e distribui dados compartilhados de forma pública e simplificada. Durante uma transação, a blockchain cria blocos de modo linear, repassando as informações com uma chave de validação “assinando” cada bloco. A cada nova operação essa chave é atualizada, assinando novamente todos os blocos já gerados, garantindo assim a integridade de toda a informação ali gerada.

Também conhecida como “protocolo de confiança”, a blockchain possui algumas características muito importantes. São elas:

Segurança: já deixado de forma explicita anteriormente, todos os blocos são assinados e armazenados no livro-razão, de forma segura, tornando praticamente impossível qualquer tipo de fraude. Outra questão é que os conteúdos publicados não podem ser alterados de forma não especificada previamente;

Privacidade e transparência: pelo fato de as informações trafegarem de forma pública e estarem distribuidamente armazenadas, é possível escolher o que mostrar ou não, podendo ocultar determinado conteúdo, de modo que só as partes envolvidas terão acesso;

Contratos inteligentes: com um contrato inteligente é possível garantir a autenticidade – de forma confiável – dos acessos  de desconhecidos sem a necessidade de um intermediário.

Além do Bitcoin

Diversas empresas no Brasil e mundo afora já têm diversos casos de sucesso utilizando essa tecnologia. Entre os cases mais famosos estão we.trade e o Batavia, que atuam na parte financeira de importação e exportação, contando com clientes como: Santander, Nordea, HSBC, entre outros.

Os bancos também estão aderindo ao blockchain. Afinal, eles entraram na onda disruptiva e buscam constantemente por inovação. O Itaú, por exemplo, já utiliza a blockchain para armazenamento de transações e fluxos relacionados a investimentos. Além dele (e também do Santander), o Banco Central do Brasil tem um projeto chamado Pier – Plataforma de Integração de Informações de Entidades Reguladoras, que promove a confiabilidade de trocas de informações no sistema financeiro, utilizando blockchain.

Além de aplicações em serviços financeiros, fundos de investimentos, gerenciamentos de ações, pagamentos, seguros etc, a blockchain pode ser utilizada em diversos segmentos do mercado.

Na área pública: em 2018, em pleno ano eleitoral no Brasil, já imaginou poder garantir a autenticidade do seu voto com a blockchain? Quem sabe um dia! Além dessas, muitas outras aplicações tais como registro de gastos do dinheiro público, etc.

Na área da saúde: gerenciamento de tratamentos de pacientes em estado grave, resultados de exames e acompanhamento de doenças.

Na música: pode ser utilizado nas etapas de produção, utilizando contratos inteligentes para validação e atribuição de direitos autorais.

Temos ainda exemplos de blockchain utilizando Internet das Coisas (ou IoT) em conjunto com o uso de sensores para controle de entregas, navegação segura e gerenciamento de informações remotas.


Quero utilizar Blockchain, e agora?

A tecnologia ainda é desafiadora para as empresas por conta da sua complexidade de implantação. Uma das dicas mais importantes antes de optar por utilizar a blockchain é avaliar se o negócio realmente precisa de uma solução altamente robusta, de modo que não seja viável implementar outras tecnologias de dificuldade e custo menores para resolver o mesmo problema.

Se você é da área de tecnologia e quer se aprofundar colocando a mão na massa, pode partir para a implementação da blockchain a partir de alguns frameworks corporativos, como: Hyperledger, Ethereum, R3 Corda, entre outros.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital