A IBM anunciou a interrupção da divisão de desenvolvimento de tecnologia de reconhecimento facial. Em uma carta a senadores dos Estados Unidos, o CEO da empresa também defendeu uma lei de reforma policial e sugeriu um debate nacional sobre o uso de reconhecimento facial por forças domésticas da lei.

Arvind Krishna, CEO da IBM, manifestou apoio à Lei de Justiça no Policiamento, um projeto assinado por senadores dos EUA que propõe uma reforma geral nas forças policiais. Krishna também disse que a empresa agora se opõe ao desenvolvimento de tecnologias de reconhecimento facial para vigilância em massa, perfilamento racial ou qualquer tipo de violação de direitos humanos ou liberdades.

O executivo também diz ser o momento para uma ampla discussão sobre o futuro da vigilância e o uso de tecnologias. “Acreditamos que é hora de iniciar um diálogo nacional sobre o uso de tecnologias de reconhecimento facial por agências domésticas de lei.”

Apesar de ser vista por muitos como uma medida eficaz na busca por criminosos, o reconhecimento facial levantou muitos debates ao longo dos últimos anos, conforme a tecnologia se desenvolveu a ponto de ser usada por órgãos de segurança. Um artigo publicado em 2018 questionou um viés racial nessas tecnologias, mostrando que sistemas de algumas empresas (incluindo da IBM) tinham mais dificuldade em diferenciar negros, por exemplo.

Outra questão bastante levantada é relacionada à privacidade. No começo deste ano, uma empresa chamada Clearview AI foi fortemente criticada por ter desenvolvido uma ferramenta de reconhecimento facial coletando mais de 3 bilhões de imagens de mídias sociais sem consentimento dos usuários.

O fim da divisão de reconhecimento facial não deve causar grandes impactos nos negócios da IBM – o setor ainda estava na infância e tinha pouco a oferecer para potenciais clientes.

Via: TechCrunch