uTorrent é reconhecido como ameaça por softwares antivírus

Popular programa de downloads pode carregar outros softwares indesejáveis consigo
Renato Santino06/12/2019 21h45, atualizada em 06/12/2019 21h55

20191206071044

Compartilhe esta matéria

Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Quem já baixou um arquivo via torrent muito provavelmente é familiarizado com dois nomes: uTorrent e BitTorrent, os mais populares softwares para essa função. No entanto, é bem possível que eles não sejam mais tão seguros para uso, como apontam vários programas recentemente.

Usuários começaram a relatar a questão nos fóruns do uTorrent, notando que os sistemas de segurança de seus computadores alertavam sobre insegurança. O site TorrentFreak também decidiu testar se os relatos tinham fundamento e, de fato, o site VirusTotal apontou que a versão mais recente do aplicativo é apontada como ameaça em vários antivírus.

Entre os serviços de antivírus que perceberam uma ameaça no uTorrent estão Windows Defender, Eset, Sophos, DrWeb e outros, totalizando nove sistemas reconhecendo o serviço de downloads como problemático. Nem todos os antivírus mais populares notaram isso, no entanto, já que AVG, Avast e Avira, por exemplo, entendem que não há problemas no software.

No caso do Windows Defender, o software categoriza o uTorrent como uma ameaça severa, mas a descrição detalhada do incidente menciona um “Software Potencialmente Indesejável”. É provável que os antivírus estejam enxergando algum programa que esteja se infiltrando nos PCs por meio do instalador do uTorrent. São os famosos adwares, softwares que muitas vezes não chegam a ser uma ameaça na definição mais estrita da palavra, mas que ficam mostrando publicidade e muitas vezes são mais um incômodo do que um risco à segurança do usuário e do computador.

Também não é a primeira vez que o uTorrent se mostra um problema de segurança. Por exemplo: em 2017, surgiram relatos no Reddit de que os anúncios exibidos no uTorrent estavam distribuindo malware. Para piorar, em 2015, já havia sido descoberto que o aplicativo foi usado para distribuir software que minerava criptomoedas similares à Bitcoin, usando o computador do usuário sem informá-lo disso e causando extrema lentidão no PC.

Isso dito, sempre que antivírus percebiam ameaças nos programas, algum tempo depois eles recebiam uma nova atualização que eliminava o falso-positivo, então não seria qualquer surpresa se dentro de pouco tempo o uTorrent deixar de ser entendido como ameaça.

A questão pode se agravar no futuro, já que agora o uTorrent e o BitTorrent pertence a uma nova empresa chamada Tron. Se você segue algum dos canais dos aplicativos em redes sociais pode ter percebido que houve um redirecionamento das marcas para criptomoedas e blockchain que talvez possa afetar o funcionamento dos programas em algum momento futuro. É ficar de olho para ver como isso se desdobra ao longo dos próximos meses… ou procurar uma alternativa, como o qBittorrent, que é gratuito, de código aberto e sem publicidade.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital