Um mito chamado Bitcoin

Há muito o que se fazer no Brasil, em especial no que se refere às transações. Acima de tudo, é fundamental termos debates sobre o tema.
Redação05/10/2018 14h14, atualizada em 07/10/2018 12h00

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De mera especulação financeira ao futuro revolucionário na forma de pagamento. Ferramenta para a lavagem de dinheiro, realização de pagamentos ilícitos ou o futuro vivenciado já no presente. Complicada demais para o cidadão comum ou uma bolha. Moeda de criminosos. Esses são alguns mitos que giram em torno do Bitcoin, a mais importante moeda virtual e que reúne investidores pelo mundo.

Bitcoin – e criptomoedas – representa uma forma de transacionar valores e que influencia (muito mais no futuro) na vida das pessoas. A revolução já chegou. Empresas de delivery entregam 10 milhões de refeições diariamente na China e não têm, em seu quadro de funcionários, um único motoboy. Os aplicativos de mobilidade, passagens e hospedagem resolvem a vida das pessoas com simples clique dentro dos smartphones que deixam o mundo mais acessível. Sim, ele está se transformando e, claro, um novo modo de fazer transações surge forte.

O desconhecimento ainda é grande. Com ele, os mitos ganham força. Afinal, ao olharmos para o setor monetário vigente, grandes esquemas de enriquecimento ilícito e operações de sumiço e aparecimento de dinheiro com empresas fantasmas em paraísos fiscais dominam as manchetes de jornais. Tudo feito no mundo estabelecido, seguro e regulamentado por instituições financeiras acima de qualquer suspeita.

Mas e se eu te disser que já existe uma tecnologia que garante total segurança e privacidade aos usuários? E se eu te disser que uma nova forma de realizar transações eliminará o papel do agente intermediário, ou seja, do banco? Escuto o calafrio na espinha dos grandes banqueiros ao imaginar o mundo sem seu papel central e invisivelmente naturalizado.

Essa tecnologia supracitada é o Blockchain. Aliás, cabe a informação: a estrutura tecnológica dos grandes mega bancos do mundo está migrando para o ambiente das criptomoedas por conta desse até então “desconhecido”. Usá-lo representa risco. Definitivamente precisamos falar sobre isso, afinal, confiamos em transações que acontecem envolvendo dinheiro convencional em meios virtuais que assumimos o papel segurado do intermediário. Não temos garantias. Remuneramos (e muito) aquele que nada fez para agregar o processo. Definitivamente, não criamos ou criaremos novas modalidades de crimes apenas se adotarmos as criptomoedas. A venda de substâncias ilícitas online permanecerá ilegal independentemente de sua forma de pagamento.

Não, o Blockchain não permite que as transações sejam corrompidas. Todas as movimentações financeiras são inspecionadas pela comunidade, ainda que a privacidade e identidade dos envolvidos sejam preservadas. Com as criptomoedas, as comunidades se autorregulam. Pessoas ganham e perdem dinheiro. Especulam, vendem, compram, esperam os próximos movimentos. Isso não é novidade. O inovador é realizar transferências com segurança inviolável em tempo real, 24 horas por dia, 7 dias por semana e 365 dias por ano, sem ter que aguardar o próximo dia útil.

Há muito o que se fazer no Brasil, em especial no que se refere às transações. Acima de tudo, é fundamental termos mais e mais debates sobre o tema. Parece óbvio alguns investidores ainda atacarem as moedas virtuais. Mas, é ainda mais potente, alguns dos “dinossauros” dos investimentos e bolsas pelo mundo já começarem a incluir as criptomoedas em seus portfólios de investimentos. Vamos e precisamos debater mais o Bitcoin, a tecnologia Blockchain e tudo o que envolve esse universo efervescente. A discussão em torno do assunto é vital para que o tema seja discutido com fatos, dados, conhecimento e informação. Deixando para a ficção os mitos que fazem rir, dão medo e vestem fantasia.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital