Uma das funções mais importantes do Android Oreo é o suporte nativo a Picture-in-picture (PiP), que abre a possibilidade de reprodução de vídeos e realização de videochamadas em janelas que flutuam sobre outros aplicativos. No entanto, o que o Google não falou é que o principal aplicativo de vídeo do planeta, o YouTube, só terá suporte a essa função se você pagar por isso.

Sim, o principal aplicativo de vídeo do mundo não vai funcionar com um dos recursos mais importantes do Android Oreo, a menos que você tenha uma assinatura do YouTube Red, o pacote pago do serviço que remove anúncios e dá outras vantagens. Essa restrição também se aplica aos países onde o YouTube Red não foi lançado, como é o caso do Brasil.

Não é muito difícil entender a lógica do Google. A empresa sempre se mostrou contra a reprodução de vídeo e música em segundo plano no YouTube, liberando a função apenas para os usuários pagantes. Como o PiP é uma extensão do conceito de vídeos em segundo plano, a proibição também acaba atingindo o recurso.

Para entender o quão importante é o PiP para o Google e o Android Oreo, basta olhar o guia de boas-vindas à nova versão escrito pela própria empresa. O Picture-in-picture é o segundo recurso listado entre as novidades mais importantes, atrás apenas de um redesign na área de configurações, com o YouTube em destaque.

Com isso, o Google fica em uma sinuca de bico. A empresa quer que as pessoas paguem pelo YouTube Red, mas para isso está limitando o potencial do Android. Se a empresa liberar o PiP, boa parte do apelo do serviço pago deixa de existir, já que pouca gente liga para o conteúdo exclusivo da versão paga do site de vídeos, restando como única vantagem a ausência de anúncios.