Um levantamento feito por pesquisadores da Brown University apontou que um a cada quatro comentários feitos nas redes sociais sobre mudanças climáticas foi feito por um robô controlando uma conta falsa. E mais: eles ainda foram responsáveis ââpor 38% dos tuítes com concepções científicas erradas.
Para o estudo, os altos níveis de atividade dos bots no Twitter em tópicos relacionados ao aquecimento global e à crise climática estão distorcendo o discurso on-line para incluir muito mais negação da ciência climática. Por outro lado, postagens que poderiam ser classificados como ativismo on-line para apoiar ações contra a crise climática apresentavam muito poucos robôs, com uma prevalência de cerca de 5%
Para chegar a esses dados, os pesquisadores levantaram milhões de tuítes do período em que Donald Trump anunciou que os Estados Unidos se retirariam do acordo climático de Paris. A análise descobriu que os bots costumavam aplaudir o presidente por suas ações e espalhar informações errôneas sobre a ciência climática.
Cerca de 6,5 milhões de mensagens foram classificados e analisadas pelo “Botometer” da Universidade de Indiana – um sistema que estima a probabilidade de o usuário por trás do tuíte ser um robô. Nos dias que antecederam o anúncio de Trump a atividade dos bots subiu de centenas de mensagens diárias para mais de 25 mil por dia. Com a declaração do presidente, o interesse geral pelo assunto aumentou e “engoliu” as mensagens falsas, que caíram para 13% do total.
O estudo da Brown University, entretanto, não foi capaz de identificar nenhum indivíduo ou grupo por trás do batalhão de bots do Twitter, nem determinar o nível de influência que eles tiveram sobre o debate climático.
Via: The Guardian