Um policial militar que também trabalhava como Uber nas horas vagas terá sua conta no serviço de transporte cancelada. O motivo é que ele reagiu a um assalto e acabou matando os três agressores a tiros, enquanto a Uber veta que tanto seus motoristas quanto seus passageiros portem armas.
O caso aconteceu na tarde de sábado, 5, na zona leste de São Paulo, no bairro Cidade Líder. Três rapazes, um deles um jovem de apenas 15 anos, tentaram assaltar o motorista, que não teve sua identidade divulgada.
Os suspeitos tinham duas armas, mas não chegaram a ferir o policial. Dois deles tentaram fugir, mas foram alvejados e não resistiram. Já o terceiro foi morto dentro do veículo.
A Uber afirma que seu serviço tem seus mecanismos próprios de segurança. Isso inclui o fato de que todas as corridas têm seu trajeto registrado por meio dos dados do GPS, além de um cadastro obrigatório que atrela uma pontuação à sua conta, o que permite ao motorista saber se um passageiro é confiável e vice-versa. É possível, no entanto, que os assaltantes tivessem criado uma conta nova, que ainda não tinha pontuação para realizar o crime.
Contudo, uma das decisões recentes da Uber no Brasil trouxe mais risco ao serviço. Agora o aplicativo conta com a opção de pagamento em dinheiro vivo, forçando os motoristas a carregarem dinheiro dentro do veículo. Isso faz com que eles se tornem um alvo mais fácil do que quando as transações eram totalmente virtuais.
Outro problema da introdução do pagamento em dinheiro é que agora é muito mais complicado verificar a identidade de um passageiro. Quando era obrigatório ter um cartão de crédito válido para se registrar na plataforma, a checagem era razoavelmente simples de ser feita, sendo o único fator complicador a possibilidade de o cartão ser roubado. Agora, qualquer um pode criar uma conta com informações falsas, o que aumenta demais o risco aos motoristas e também a outros passageiros que usem a modalidade UberPOOL, na qual as corridas são divididas com várias pessoas, normalmente desconhecidas.