A aposta da Uber para superar os concorrentes que oferecem transporte e entrega de comida é trazer os dois serviços no mesmo app. No mês passado, Dara Khosrowshahi, CEO da empresa, declarou que a empresa começa a experimentar maneiras de aumentar o número de clientes do Eats. “Estamos explorando os modos como o negócio pode ajudar a construir e expandir o Eats e vice-versa.”
A Uber já começa a trazer a visualização do Eats no aplicativo principal. Depois que uma reportagem sugeriu a mudança, em Boston, a companhia confirmou a fusão entre os dois apps. O Eats dentro do Uber é completamente funcional e dispensa o aplicativo exclusivo. A novidade começou a ser lançada no fim de abril. O app dedicado ao Eats, no entanto, permanece disponível.
A mudança pode dar à Uber uma vantagem na aquisição e retenção de clientes em relação a concorrentes, como 99 e iFood — que são muito populares no Brasil. Hoje, a empresa luta contra sua maior inimiga global, a Didi China (dona do 99 e outros), a maior plataforma de transporte privado do mundo, que acaba de lançar a entrega de alimentos no México.
Com essa combinação de funcionalidades, os clientes da Uber que visitarem o app principal podem ver uma promoção no Eats e, instantaneamente, comprá-la. “Estamos lançando uma nova maneira de encomendar diretamente o Eats no aplicativo Uber no Android — já fizemos experiências no iOS”, diz um porta-voz da empresa.
O aplicativo está disponível para usuários de iOS em cidades norte-americanas em que a Uber não oferece bicicletas e scooters — que sobrecarregam a interface do app — como São Francisco, Los Angeles e Nova York. A versão para Android está disponível para 17% dos usuários nos outros 500 mercados da Uber Eats: o objetivo é que esteja disponível para todos em breve.
“Nosso modelo de plataforma nos permite adquirir, engajar e reter clientes com eficácia sobre nossos rivais”, diz Khosrowshahi. “Com Uber e Eats vemos sinais precoces de onde teremos pouca ou nenhuma canibalização do serviço principal. Na verdade, a Uber lança uma quantidade significativa de potenciais demandas para o Eats.”
O CEO também mencionou que os programas de fidelidade e assinatura da Uber são vitais para promoções cruzadas. O Uber Rewards, lançado em janeiro, dá pontos para os usuários — que podem atingir a gratuidade em níveis mais altos. Isso pode atrair os clientes para a conveniência. No mês passado, o TechCrunch divulgou o protótipo da assinatura Uber Eats Pass (US$ 9,99), que oferece entregas ilimitadas e gratuitas.
“Estamos procurando aumentar significativamente o percentual de consumidores de plataformas ativas mensais, que usam os dois produtos. Quando o cliente usa mais de um produto, seu engajamento com a plataforma dobra”, conta Khosrowshahi. “Então, não apenas o envolvimento com a Uber aumenta, mas o engajamento com produtos individuais também.”
Via: TechCrunch