A Uber arrumou um problemão com a revelação de que a empresa tentou encobrir um vazamento de dados de 57 milhões de usuários e motoristas, que aconteceu em 2016. A companhia só veio a revelar a brecha em 2017, e agora foi multada em US$ 148 milhões após um acordo com as autoridades da Califórnia.
Caso você não lembre o que aconteceu, o fato só veio a público em novembro do ano passado, três meses após Dara Khosrowshahi assumir como CEO, prometendo maior transparência nos negócios da empresa. Na ocasião, foi reportado que a empresa pagou US$ 100 mil aos hackers para que deletassem os arquivos roubados e mantivessem sigilo sobre o caso.
Na visão do promotor Xavier Becerra, essa decisão foi problemática. “A decisão da Uber de esconder essa brecha foi uma violação flagrante da confiança do público. A empresa falhou em proteger os dados dos usuários e notificar autoridades quando eles foram expostos. Consistente com a cultura corporativa da época, a Uber varreu a falha para baixo do tapete em demonstração de desprezo deliberado pela lei”, explicou ele em comunicado.
A quantia no acordo será dividida entre os 50 estados dos EUA. Além do pagamento, a Uber também será obrigada a reportar qualquer tipo de “incidentes de segurança de dados” trimestralmente pelos próximos dois anos.
A decisão, obviamente, só vale para os Estados Unidos, mas poderia ter reflexos em várias partes do mundo. Sabe-se que o estrago não foi limitado ao país, e que informações de usuários e motoristas de todo o mundo foram afetados, então a decisão de processar a Uber poderia partir de autoridades de outros países também.