A Uber tem um novo plano para cobrar seus passageiros. Em vez de cobrar apenas pelo tempo e extensão da viagem e ocasionalmente um valor extra em momentos de alta demanda, a companhia admitiu que, em alguns casos, está pedindo mais de algumas pessoas baseado em uma estimativa de quanto elas estão dispostas a pagar pela corrida.
O novo método de cobrança tem sido alvo de algumas críticas, especialmente entre motoristas, que perceberam um vão entre o que a empresa cobra do passageiro e o que ela paga aos condutores. As reclamações forçaram a Uber a abrir o jogo sobre o sistema.
Segundo a empresa, o sistema baseia seu preço na rota selecionada pelo usuário. O diretor Daniel Graf explica que a Uber aplica técnicas de aprendizado de máquina para estimar o valor que grupos de passageiros estão dispostos a pagar por uma corrida.
Um exemplo, citado em entrevista à Bloomberg, é que quando o aplicativo reconhece que alguém está saindo de um bairro rico para ir em direção a outro, a corrida pode sair mais cara do que para alguém que está saindo do mesmo ponto, percorrendo a mesma distância, no mesmo tempo, e com a mesma demanda, mas em direção a um bairro pobre.
No entanto, por enquanto, essa prática é limitada. A empresa informa que a cobrança baseada na rota está disponível apenas em 14 cidades nos Estados Unidos. A Uber também afirma que passará a ser mais transparente sobre a diferença entre o que o motorista recebe e o que o passageiro paga, com mudanças nos termos de uso que devem ser publicadas em breve.
A decisão é um passo para que a empresa consiga seguir no caminho da lucratividade. Até hoje, a Uber sempre operou com perdas bilionárias, usando o capital de investimentos e suas receitas em expansão. Em algum momento, a companhia precisa conseguir se tornar sustentável e parar de perder rios de dinheiro, e cobrar mais de quem está disposto a pagar mais pode ser uma alternativa.