Aplicativos de transporte que atuam no país se posicionaram, nesta quarta-feira, 5, contra o projeto de lei aprovado ontem na Câmara dos Deputados. O documento regulamenta o transporte por aplicativos e pode barrar o funcionamento de serviços como Uber, Cabify, 99 Pop e EasyGo em seu formato atual.

Cabify

Depois de anunciar investimento milionário no Brasil, a Cabify afirmou que a decisão é um retrocesso e pode criar barreiras à oferta de transporte nas cidades. “Faz sentido dar poder aos municípios de regulamentar o serviço, mas tornar o serviço um transporte de caráter público inviabiliza esse modelo”, afirma Daniel Velazco-Bedoya. Apesar do cenário, a empresa afirma que não vai rever o valor do investimento previsto, pelo menos por enquanto.

Para o diretor geral da Cabify no Brasil, a lesgislação deve promover um retrocesso no mercado de transportes do país, já que “praticamente reinstitui o modelo de táxi criado na década de 70”. Ele ainda aponta que, caso seja aprovada sem alterações pelo Senado, a lei vai ajudar a alimentar o mercado clandestino de alvarás, e a exigência para que o motorista esteja inscrito no INSS pode criar problemas para quem é motorista desses apps para conseguir uma renda extra.

“Não conseguiremos suprir a real demanda de transporte das cidades. As pessoas que entram nisso querem fazer como uma atividade paralela, não o dia todo. Essa exigência gera rigidez gigante para o modelo”, declara.

Easy

A Easy afirmou que é “a favor de uma regulamentação justa […] que beneficia e compreende todas as partes”, portanto, “é contra o texto aprovado ontem na Câmara dos Deputados, que transforma o transporte privado em transporte público, inibindo a livre iniciativa e dificultando a geração de empregos no país”.

Para o aplicativo de táxi, além de descaracterizar o transporte privado, o texto traz para o setor inúmeras ineficiências. “A caracterização de transporte público irá burocratizar o credenciamento de novos motoristas, não garante a qualidade do serviço prestado e irá limitar a competitividade entre os sistemas, tão benéfica para a redução de preços aos passageiros”, afirma a Easy em comunicado.

“Entendemos que sim, há espaço para os carros privados e táxis. Entendemos que desta forma, unindo dois tão relevantes serviços, o usuário consegue usufruir do serviço desejado na hora em que lhe for mais conveniente, o que traz passageiros tanto para taxistas quanto para motoristas privados.”

Uber

A Uber classificou a lei proposta como “retrógrada” e afirmou que ela “não regula a Uber no Brasil, mas tenta transformá-la em táxi, proibindo então este modelo de mobilidade”. A empresa pede ainda que “seja ouvida a voz de milhões de pessoas no Brasil que desejam ter seu direito de escolha assegurado”.

99

A 99 afirmou que acredita que esse é um momento de debate de livres ideias e que espera a participação de taxistas, motoristas de carros particulares, passageiros, poder público, aplicativos e a sociedade. “Nascemos 99 Taxi e hoje temos o 99Pop, porque entendemos que é necessário termos as duas modalidades de serviço para atender melhor o passageiro. Somos a favor da liberdade de escolha, da igualdade de oportunidades e da livre iniciativa”, explica a companhia.

Com: Reuters