Twitter enfrenta pressão do Reino Unido para melhorar proteção de mulheres

As políticas do Twitter, de acordo com o parlamento inglês, estão sendo desiguais no tratamento entre gêneros e permitindo ataques misóginos e preconceituosos contra mulheres
Redação01/05/2019 18h02, atualizada em 01/05/2019 22h30

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O Twitter tem enfrentado várias perguntas do parlamento inglês sobre suas políticas em relação a comentários abusivos e violentos feitos contra mulheres. O Reino Unido está preoucupado com a falta de proteção com usuárias da rede social e mostrou exemplos de tweets agressivos que não sofreram qualquer penalização.

Os parlamentares levantaram a questão sobre a forma desigual em que o Twitter aplica sua políticas em relação a condutas odiosas, dependendo do sexo que está sendo alvo.  A deputada Joanna Cherry acusou a empresa de exibir um padrão de tolerância relaxada aos tweets que contêm ataques violentos contra as mulheres .

Para isso, ela mostrou exemplos de tweets violentos que foram direcionados às mulheres, incluindo posts cujos destinatários os denunciaram ao Twitter – apenas para serem informados de que as publicações não violaram sua política de conduta.

Kate Minshall, diretora da rede social no Reino Unido, foi convidada para analisar essas postagens, entre elas estava um tweet de um desenho animado com a foto de uma mão segurando uma arma apontada para o espectador. E no topo da legenda os dizeres: “cale a boca, terf” – “terf” é um termo abusivo que, segundo Cherry, tende a ser aplicado às mulheres.

Outro post mostrava um clipe de videogame com um homem cortando repetidamente uma mulher no pescoço e que havia sido anexada a um tweet dizendo “o que eu faço com terfs”; por fim, um terceiro foi o que Cherry apelidou de “uma representação muito desagradável de um macho esfolando uma mulher viva” – que ela disse ter sido enviada para uma das mulheres depois que ela reclamou no Twitter sobre o recebimento de outros tweets violentos.

“Há claramente uma série de passos que queremos dar, precisamos tomar, mas estamos em um lugar diferente de onde estávamos até mesmo no ano passado”, disse Minshall sobre as acusações. “Estamos muito conscientes da verdadeira questão que as mulheres experimentam em nossa plataforma”. A diretora também concordou que todos exemplos violavam a política da rede social, embora tenha dito que ela não trabalha na equipe de segurança, resumindo sua resposta com um “Eu não sou o especialista”.

Em contraste, alguns tweets que continham apenas referências ou observações factuais, como os que indicavam que homens matam mais que muheres, foram rapidamente excluídos. Assim, Cherry afirmou que o sexo é uma característica protegida na lei do Reino Unido e pressionou Minshall várias vezes sobre o motivo pelo qual a política de conduta odiosa do Twitter não se aplica a todos os gêneros.

“Eu estou querendo saber se isso é o que poderia estar dando errado aqui? Que o treinamento não está cobrindo o fato de que o comportamento sexista, misógino, degradante deve ser tratado tão seriamente quanto o abuso de pessoas trans, por exemplo”, questionou ela.

Minshall disse que a política de conduta do Twitter é baseada nas definições das Nações Unidas, argumentando que a política atual que protege o gênero também deve proteger contra a misoginia. Porém, em outro momento, comentou que a rede está revendo as políticas por estar preocupada com perseguição de mulheres por ex-parceiros.

“Há um problema específico para as mulheres, geralmente ex-parceiros, perseguindo-as no Twitter de maneiras que tradicionalmente são difíceis de detectar em nossas regras – e queremos fazer melhor nisso”, acrescentou.

Via: TechCrunch

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital