Transistores vão parar de diminuir, mas a Lei de Moore permanece válida

Renato Santino25/07/2016 20h35

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Você sabe o que é a Lei de Moore? Você pode compreendê-la em mais detalhes neste link, mas resumindo: há 50 anos, Gordon Moore, fundador da Intel, previu que a densidade de transistores em um processador dobraria a cada dois anos. Basicamente, a norma ditou o ritmo de evolução da tecnologia que conhecemos. No entanto, ela deve mudar radicalmente nos próximos anos.

É o que indica as projeções do relatório ITRS 2015. Em 2021, os transistores dos processadores chegarão a um tamanho a partir do qual não será mais economicamente viável nenhuma redução, causando uma mudança no conceito da Lei de Moore. Assim, a indústria de chips precisará rever seus conceitos para continuar evoluindo.

A projeção indica que os fabricantes encontrarão mais vantagens em orientar e organizar os transistores de forma vertical em vez de horizontal como sempre foi feito, o que é conhecido como um processo 3D. Assim, seria possível colocar mais transistores no mesmo chip sem que eles precisem diminuir tanto de tamanho.

O problema é que o 3D em um chip tem seus próprios desafios, principalmente na questão de dissipação de calor. Quanto maior é a densidade de transistores, menor é a superfície disponível para evitar o superaquecimento do chip. Assim, será necessário desenvolver novas formas melhores e mais eficientes de lidar com o calor antes que este método seja economicamente viável também.

Assim, a Lei de Moore não vai a lugar nenhum, aparentemente. Nos últimos anos, já havia ficado evidente que ela mostrava sinais de esgotamento, com empresas como a Intel não sendo capaz de manter o ritmo de reduzir pela metade o tamanho dos transistores a cada dois anos. A reorientação dos transistores pode continuar a aumentar a densidade nos chips sem ser necessário reduzir o tamanho, dando um novo fôlego às previsões de Gordon Moore.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital