Tóquio 2020: a evolução da tecnologia nos Jogos Olímpicos

Desde que se tornou responsável pela tecnologia na Olimpíada, em 1992, a Atos implantou muitas mudanças nos sistemas de gerenciamento dos jogos. Confira
Roseli Andrion06/07/2019 00h41, atualizada em 07/07/2019 15h00

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O uso da tecnologia nos Jogos Olímpicos evolui a cada nova edição do maior encontro de esportes do planeta. E quem cuida disso é a Atos, que é responsável por tornar os processos por trás da Olimpíada cada vez mais modernos.

Tem sido assim desde 1992, quando a sede dos Jogos foi a cidade espanhola de Barcelona. De lá para cá, muito mudou: 27 anos se passaram, a internet se consolidou e um infinidade de novos recursos surgiu para facilitar os processos.

Para ficar apenas nas possibilidades trazidas pela web, a mudança é completa. “Na Olimpíada de Barcelona, o uso da internet não era disseminado”, conta Angels Martin, diretora da unidade de negócios Olimpíada na Atos. “Hoje, boa parte dos processos ocorre online”, completa. Isso vai da captação de voluntários à divulgação de resultados de competições em tempo real, passando por notícias e pela venda de ingressos.

Computação em nuvem

Outra diferença importante é a adoção da computação em nuvem. Durante toda a década de 1990 e o início dos anos 2000, por exemplo, tudo era armazenado localmente em servidores físicos. “Eles eram caros, enormes e requeriam muito em termos de instalação e logística.”

A quantidade de dados produzida nos Jogos Olímpicos cresceu, ao longo dos anos, em escala exponencial e armazená-los se tornou um desafio. Por isso, nos Jogos de Inverno de PyeongChang, em 2018, o uso da computação em nuvem foi essencial: além de tornar o acesso à informação mais confiável, representou 30% de redução de custos operacionais.

Esse modelo tem, ainda, a vantagem de ser escalável — ou seja, pode ser adaptado para qualquer Olimpíada futura. Além disso, é uma opção sustentável: como usa infraestrutura remota, a quantidade de pessoas, servidores, energia, produção de calor e espaço físico necessários é bem menor.

Reprodução

Olimpíadas do Rio e de Tóquio

Na Rio 2016, o destaque tecnológico foi o Olympic Video Player (OVP). Esse sistema era responsável por dar aos espectadores resultados em tempo real, bem como estatísticas, biografias e até conversas nas redes sociais em uma tela integrada. Todo esse conteúdo estava a apenas um clique de distância.

Para a Tóquio 2020, a novidade é o reconhecimento facial, que vai ser usado pela primeira vez para identificar atletas, voluntários e profissionais. Desenvolvida pela NEC, que é patrocinadora dos Jogos no segmento de biometria, a tecnologia é parte do Sistema Avançado de Controle de Acesso (Advanced Access Control System – AACS), de responsabilidade da Atos.

O sistema analisa a imagem de cada visitante a partir das características faciais e a valida diretamente com o banco de dados da NEC. Além de permitir a entrada nos locais que compõem a estrutura olímpica, isso vai oferecer isenção de visto para entrada no Japão aos integrantes da família olímpica — dessa forma, a segurança geral do processo é reforçada diretamente pelo AACS.

A Atos espera que a novidade torne a entrada das 300 mil pessoas envolvidas na Olimpíada mais simples. “O tempo de processamento das credenciais vai ser bem menor do que em Jogos anteriores”, avalia Angels. Além disso, pela primeira vez, os crachás terão chips inteligentes para garantir a segurança nos mais de 350 pontos de acesso em 43 locais oficiais de competição e demais unidades, como o Centro Internacional de Radiodifusão (IBC), o Centro de Imprensa (MPC) e a Vila Olímpica.

É a Atos também, que administra o portal de voluntários dos Jogos Olímpicos. Lá, foram recebidas as inscrições dos interessados em participar da experiência. A página foi ao ar em setembro de 2018 e, segundo a empresa, houve um recorde de 200 mil inscritos. “Uma das novidades foi a opção de usar o login social do Facebook ou do Google para tornar o processo de registro mais rápido”, diz Angels.

O portal é essencial no processo de recrutamento e seleção dos voluntários: ele combina as habilidades dos candidatos às necessidades, oferece informações sobre o progresso da triagem, envia convites de entrevistas aos interessados e até emite as credenciais e cria as escalas de trabalho dos selecionados. “A ideia é, cada vez mais, oferecer as melhores soluções para as necessidades dos Jogos. Trabalhamos com o comitê organizador da Tóquio 2020 desde 2017 para desenvolver e administrar o portal da forma mais adequada.”

Colaboração para o Olhar Digital

Roseli Andrion é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital