Tim Cook diz que Apple não pensa em criptomoedas

Presidente-executivo da Apple defendeu que as moedas devem continuar nas mãos do Estado
Equipe de Criação Olhar Digital04/10/2019 14h01

20190301071930
Publieditorial

O presidente-executivo da Apple, Tim Cook, se opôs ao lançamento de uma criptomoeda própria da empresa, afirmando que companhias não deveriam tentar ganhar poder estabelecendo moedas concorrentes.

Três meses atrás, o Facebook anunciou planos de lançar uma moeda digital em junho de 2020 junto com outros membros da Libra Association, que irá gerenciar o projeto, a Facebook Libra. Quando perguntando se a Apple iria seguir o exemplo, o presidente-executivo contou ao jornal Les Echos que este plano não estava na agenda da empresa.

Nas palavras de Cook, “eu realmente acho que uma moeda deveria ficar nas mãos dos países, eu não me sinto confortável com a ideia de um grupo privado configurar uma moeda concorrente. Uma empresa privada não deveria tentar aumentar seu poder desta maneira”, afirmou.

A tentativa do Facebook de incluir criptomoedas encontrou como resposta um ceticismo regulatório e político, tendo a França e a Alemanha como forças comprometidas a impedir que a Facebook Libra opere na Europa.

A jogada da rede social de Mark Zuckerberg incentivou analistas a especularem se outras grandes empresas de tecnologia, como a Apple, que possuem um leque de serviços financeiros como cartão de crédito e sistema de pagamento por telefone, também lançariam moedas digitais.

As especulações a respeito da Apple ganharam mais corpo e atenção dos analistas em setembro, quando um executivo da empresa disse à CNN Business que a Apple estava “prestando atenção” na criptomoeda. Porém, com o posicionamento de Cook nesta semana, as suspeitas parecem receber um sinal verde para baixar a guarda.

Em declaração, o presidente-executivo reforçou a importância das moedas permanecerem na mão do Estado e ainda deu um recado para as empresas que pensam em trabalhar com este recurso financeiro. “Elegemos nossos representantes para assumirem suas responsabilidades governamentais. As empresas não são eleitas e não devem seguir nessa direção”, afirmou.

Via: Reuters