O estado de Nevada, nos EUA, considera uma legislação que permita que a polícia verifique o uso de celulares em cenas de acidente. Depois dos estados de Nova York, Nova Jérsei e Tenessee, e da cidade de Chicago, é a vez de Nevada apostar na ideia. O uso dessa tecnologia, no entanto, traz preocupações com a privacidade — e alguns críticos argumentam que a medida viola proteções constitucionais.

Já os que simpatizam com a ideia avaliam que as leis atuais são quase impossíveis de aplicar. Apesar de ser ilegal escrever mensagens de texto enquanto dirige em 47 estados e Washington DC ou usar aparelhos de mão enquanto está atrás do volante em mais de uma dúzia de estados, a distração na direção ainda é um problema persistente e fatal, de acordo com estatísticas de segurança no trânsito.

Só em 2016, foram 3.450 mortes em acidentes desse tipo, segundo o Departamento de Transporte dos EUA — 14% delas (444 pessoas) relacionadas com o uso de celulares. A proposta de Nevada é para que os policiais conectem um dispositivo ao smartphone e vasculhem a atividade recente, como o uso do Messenger do Facebook ou navegação na web. O aparelho se chama textalyzer e é feito pela israelense Cellebrite.

Defensores da privacidade, como a American Civil Liberties Union (Aclu), alegam que a lei não deve ser usada sem permissão. Para a Aclu, ela é invasiva e atenta contra as proteções previstas na quarta emenda. A associação também se preocupa com quais dados o aparelho vai coletar e como isso determinaria se o telefone era usado com as próprias mãos ou por meio de um dispositivo hands-free.

Segundo a Cellebrite, o textalyzer não vai coletar dados pessoais, apenas identificar as atividades executadas no telefone. Além disso, a companhia informa que o sistema é capaz de informar se um app estava sendo usado com auxílio de hands-free.