Testamos o Quantum Muv Up, celular brasileiro barato com 3 GB de RAM

Redação15/05/2017 21h10, atualizada em 18/05/2017 21h40

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Com smartphones ultrapassando a marca dos R$ 4.000, tem se tornado cada vez mais raro encontrar modelos que ofereçam especificações aceitáveis por um preço menos absurdo. É nesse cenário que se encontra a Quantum, marca brasileira que vende smartphones de entrada e intermediários através da Positivo.

Um dos modelos mais recentes da empresa é o Quantum Muv Up, um “intermediário de entrada” por mesclar especificações dignas de um aparelho mais caro com outras um pouco mais modestas. Tudo por um preço sugerido de R$ 999, mas não é difícil encontrá-lo em lojas online custando menos do que R$ 900.

O Olhar Digital teve a chance de experimentar o aparelho por alguns dias e contamos para vocês, nos parágrafos a seguir, o que achamos dele.

Design e tela

Reprodução

As escolhas da Quantum para o design dos seus produtos sempre chamam a atenção. A empresa faz questão de se destacar no mercado com desenhos e materiais pouco utilizados pelas concorrentes, e o Muv Up não é diferente. Mas vamos primeiro falar do que há de básico no aparelho.

O corpo do Muv Up é montado em plástico, com bordas levemente curvadas no vidro da parte da frente. Esse vidro, aliás, não tem proteção Gorilla Glass, como os rivais da Motorola e Samsung, mas a fabricante garante que ele foi testado e se segura bem contra riscos pequenos.

A tela, aliás, tem 5,5 polegadas e decepciona pela resolução de apenas 1.280 por 720 pixels. Concorrentes como o Moto G5 já usam displays Full HD, e, a julgar pela quantidade de conteúdo em mais alta resolução na Netflix, no YouTube e Facebook, os números modestos do Muv Up não são bem aceitáveis.

Isso não quer dizer que a tela seja ruim. As cores são bem representadas e a luminosidade também é alta o bastante. Só que poderia ser melhor em termos de resolução. Voltando para o design, é ainda mais difícil aceitar a tela HD considerando que as dimensões do painel são de 5,5 polegadas, o que o torna ainda maior que o Moto G5.

Isso sem falar nas dimensões totais do celular. O logo da Quantum fica estampado na parte da frente, logo abaixo da tela, o que adiciona alguns milímetros a mais sem necessidade – especialmente porque aquele espaço não é utilizado para um sensor de impressões digitais, por exemplo.

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O sensor fica na parte de trás do aparelho, abaixo da câmera. A posição é boa e bem ergonômica, mas há outros elementos na traseira do Muv Up que vão dividir opiniões. A tampa de trás é feita num tipo de plástico que lembra a textura áspera de uma lixa, algo bem incomum em smartphones.

Como dito anteriormente, trata-se de uma escolha feita para chamar a atenção, mas não necessariamente de forma positiva. É estranho segurar o celular e sentir aquela rugosidade onde normalmente se vê plástico, vidro ou metal de textura lisa. Mas é diferente, e nem sempre ser diferente é ruim.

A Quantum merece os parabéns, pelo menos, por tentar um material diferente, mas se esse material é a escolha ideal para um celular… bem, tudo vai depender do hábito dos usuários. Concluindo: o design do Quantum Muv Up acerta em alguns pontos e erra em outros (tela, principalmente), mas nada que impossibilite a compra do celular ainda.

Performance, software e bateria

Vamos, portanto, às especificações do Muv Up. O smartphone usa um processador de entrada da MediaTek, um MT6753 de oito núcleos e velocidade de clock de até 1,3 GHz. Não é lá o melhor que se pode encontrar no mercado, mas até que ele aguenta alguns jogos com relativamente bom desempenho.

Isto é, games mais simples como “Subway Surfers” e “Pokémon Go” rodam bem, mas com outros mais pesados, como “Asphalt 8” ou algum de tiro em primeira pessoa, a desvantagem do processador são mais nítidas. Para tarefas simples, como WhatsApp, Facebook e Instagram, a performance é aceitável para a faixa de preço.

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É raro vê-lo engasgar, embora isso aconteça às vezes, mas nada que seja capaz de atrapalhar a experiência do usuário (pelo menos não no começo). Em termos de memória, o Muv Up tem 3 GB de RAM, bom para o Android 7.0 Nougat que vem nele, e 32 GB de espaço interno para armazenamento, com suporte a cartão microSD de até 128 GB.

Vale ressaltar também que o Muv Up usa uma versão bem limpa, quase pura, do sistema Android. Há alguns apps pré-instalados, como um tocador de música, um de rádio FM, um gravador de som e um de vídeo chamado “DashCam”, cuja função não entendemos bem. De qualquer maneira, a maioria são úteis e não passam a impressão de estarem ocupando espaço à toa.

A Quantum também redesenhou os ícones de alguns aplicativos básicos, como o de SMS e o de calculadora, deixando-os com um visual um pouco ultrapassado. Mas as interferências sobre a interface do Android terminam aí, sem arruinar a experiência do usuário com o sistema projetado pelo Google.

Em termos de bateria, a unidade de 3.000 mAh não decepciona. Com streaming de vídeos, jogos e redes sociais, trocando de um app para outro com frequência, a energia do Muv Up perdeu apenas 5% da sua capacidade em 20 minutos. Para recarregar, porém, o celular leva pouco mais de duas horas indo de 0% até 100%. Dependendo dos seus hábitos com o smartphone, o Muv Up certamente exige pelo menos uma recarga todos os dias.

Câmera

A câmera de 13 MP do Quantum Muv Up é certamente uma das melhores dessa faixa de preço, embora não seja perfeita. As cores são muito bem balanceadas e com contraste na medida certa. Em ambientes internos pouco iluminados, até que o sensor tem um bom desempenho, mas as imagens tendem a sair com um tom levemente mais azulado do que a realidade.

O HDR também não consegue equilibrar muito bem cenas com uma densa fonte de luz. Fotos sob a luz do sol podem deixar o céu sem cor, totalmente branco, dependendo de onde você joga o foco. Este, por sua vez, é um pouco lento, mas nada que atrapalhe a experiência. Confira algumas fotos tiradas com a câmera traseira do Muv Up; você pode clicar nelas para vê-las em tamanho máximo.

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A câmera frontal tem os mesmos 13 MP, os mesmos defeitos e as mesmas qualidades: contraste bem equilibrado, balanço de branco meio descalibrado e um leve tom azulado sobre tudo. Vale notar que a lente não é de ângulo aberto, o que significa que selfies em grupo podem ser um pouco difíceis de tirar sem um “pau de selfie”.

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Conclusão

O Quantum Muv Up é uma mescla de escolhas certas com escolhas erradas, incluindo na mistura um punhado de decisões questionáveis. O design é interessante, especialmente pelo material na traseira e as bordas suaves, mas não é muito fácil de se acostumar.

O desempenho é razoável, mas a tela de 5,5 polegadas expõe os leves travamentos e engasgos com mais clareza. A bateria, por sua vez, garante um bom tempo de uso para quase o dia todo. E as câmeras, ainda que não sejam perfeitas, são bem melhores que as de alguns concorrentes.

Na comparação direta, o Quantum Muv Up ganha de um Galaxy J5 ou J3 pelo Android puro; ganha de um LG K10 2017 pela câmera; e ganha de um Moto G5 pela bateria. Este último, aliás, é seu principal rival, vencendo o brasileiro por ter uma tela e um desempenho bem melhores.

Sendo assim, o Quantum Muv Up é um ótimo concorrente para essa faixa de preço, batendo de frente com o líder, que é o Moto G5, mas ainda sem fôlego para ultrapassar o principal rival. Vale a pena elogiar o esforço da Quantum em desenvolver um produto competitivo por um preço bacana.

Ficou interessado no produto? O aparelho avaliado nesse texto pode ser comprado na loja virtual do Olhar Digital, desenvolvida em parceria com o Magazine Luiza. Embora o Olhar Digital possa receber uma comissão nas vendas da loja virtual, a parceria com o Magazine Luiza não tem influência alguma sobre o conteúdo editorial publicado. Além disso, a disponibilidade do produto e o preço cobrado são de responsabilidade do Magazine Luiza.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital