Testamos: novo notebook gamer da Acer é monstruoso em todos os sentidos

Renato Santino12/01/2017 19h19

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Uma das coisas mais impressionantes que surgiram durante a CES 2017 foi um notebook diferente de tudo que eu já vi na minha vida. Trata-se do modelo Predator 21X, da Acer, que a empresa decidiu esconder em uma sala em um hotel distante dos centros da feira. Vê-lo de perto me fez questionar se está na hora de inventarmos uma nova categoria de PCs que fique no meio termo entre os laptops e os desktops.

Digo isso porque este é o caso o Predator 21X. Com uma tela de 21 polegadas e pesando quase 9 quilos, fica difícil imaginá-lo sendo colocado dentro de uma mochila para uma viagem, por exemplo. Nem mesmo é plausível imaginá-lo no colo de alguém (lembrando que “lap” significa “colo” em inglês). Simultaneamente, ele ainda é muito mais transportável (chamar de portátil parece exagero) do que um desktop para jogos convencional.

Reprodução

A primeira vista de um aparelho como este é meio assustadora. Não há nada similar no mercado em tamanho e em especificações, como se fosse realmente um desktop gamer concentrado em um formato que facilite um pouco seu transporte. Ao conhecermos um pouco mais das especificações, essa impressão só se confirma.

O “laptop” traz duas GPUs GTX 1080, da Nvidia, atuando em conjunto, o que é muito potente. Para quem não acompanha muito o lançamento de placas de vídeo, a GTX 1080 é o que há de mais poderoso no mercado atualmente, e ter duas delas operando juntas em uma mesma máquina é basicamente um exagero. Desktops poderosos não precisam de mais do que uma para rodar os exigentes jogos de realidade virtual com alta qualidade e desempenho. Os 64 GB de memória RAM também são muito mais do que o recomendado para rodar qualquer jogo.

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Essa configuração de placas de vídeo parece ser mais do que suficiente para alimentar o painel curvo de 21 polegadas, que, curiosamente para um monstro de US$ 9 mil (mais de R$ 30 mil, sem incluir impostos), não tem resolução 4K. A tela conta com uma resolução de 2.560 x 1.080 que parece um pouco estranha, mas é porque ela tem uma proporção de 21:9, que, aliada à curvatura, ajuda a criar a sensação de um setup com monitores múltiplos. Se a resolução não muito alta tem uma vantagem, é a de poder dedicar os recursos de processamento a outros aspectos de jogo, como a taxa de quadros alta e estável, com o monitor suportando até 120 Hz.

Para manter tudo isso funcionando, é necessário tomar cuidado com a ventilação, porque esses componentes de alto desempenho tendem a esquentar (e não é pouco). São cinco ventoinhas dedicadas à refrigeração do aparelho, que se torna ainda mais importante quando lembramos que ele conta com um processador Intel Core i7-7820HK, que aceita overclock para funcionar em frequências maiores do que a de fábrica.

As surpresas não param por aí. O teclado é mecânico, o que garante maior precisão na digitação, o que pode fazer diferença em cenários de jogos competitivos. Nos nossos testes, o teclado pareceu leve e responsivo como deve ser. Ainda há a opção de transformar o teclado numérico em um touchpad.

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Outro fator surpreendente é a tecnologia de eye-tracking, ou monitoramento dos olhos. Os sensores do computador conseguem perceber para onde você está olhando, o que pode lhe dar uma vantagem na movimentação de câmera em um cenário de jogos de tiro em primeira pessoa, por exemplo, segundo a Acer. No pouco tempo em que conseguimos experimentar a tecnologia, ela não trouxe nada novo além da confusão de ver um pontinho vermelho acompanhando a navegação pela interface do computador.

No fim das contas, o Acer Predator 21X impressiona por ser um monstro em qualquer categoria que você imagine: o desempenho é enorme, o tamanho é enorme, o peso é enorme e o preço também é enorme. Fica a dúvida se existe algum mercado para um produto deste tipo, já que eu imagino que quem procura um laptop para jogos normalmente procura algo um pouco mais discreto, que possa ser carregado com maior facilidade dentro de uma mochila. Não é o caso deste computador, certamente, mas é sempre bom ver empresas dispostas a tentar coisas diferentes.

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Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital