Testamos: Galaxy A5 prova que beleza custa caro

Redação09/02/2017 20h10

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A Samsung renovou recentemente a sua linha de aparelhos intermediários, lançando versões 2017 dos dispositivos Galaxy A5 e A7. A empresa tomou uma iniciativa interessante com esses dois: eles se diferenciam apenas pelos tamanhos da tela e da bateria. Assim, quem prefere telas pequenas pode optar pelo dispositivo menor sem medo de perda de desempenho.

Mesmo assim: com preços sugeridos de R$ 2.099 e de R$ 2.299, eles ainda representam um investimento considerável para quem estiver pensando em comprar um deles. Mesmo que fiquem longe dos preços mais altos de Galaxy S7 Edge, iPhone 7 e Moto Z, eles acabam sendo um pouco mais caros do que outros dispositivos da mesma categoria. Será que essa diferença vale a pena? Veja abaixo o que achamos

Design

Se há uma categoria em que o Galaxy A5 joga acima da sua liga, é no design. Ele é muito bonito e bem feito. O modelo de testes que recebemos era preto, com bordas acima e abaixo da tela apenas suficientes para o botão Home e os sensores de câmera. A Samsung cisma em deixar o próprio logo estampado na testa do celular, o que é meio irritante, mas nem isso estragou a beleza do aparelho.

O logo da Samsung aparece também na traseira do aparelho (tornando o logo da frente ainda mais desnecessário), mas aqui também dá pra ignorá-lo. Um detalhe que impressiona é que os lados da traseira do A5 são levemente chanfrados, o que deixa mais fácil levantá-lo de uma mesa, por exemplo. A lateral do aparelho parece ser de um metal polido de aparência meio fosca e bem bonita, e ele todo é bem fininho: tem praticamente a mesma espessura do iPhone 6s.

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Ele tem ainda duas discretas gavetas para chip: uma para o chip principal, outra para um segundo chip e para um cartão microSD, e tem também algo que nem o iPhone 7 Plus tem: porta P2 de fones de ouvido tradicionais. Ao lado dessa porta, outra surpresa: o A5 usa carregadores USB-C, do tipo que já está se tornando unanimidade entre aparelhos top de linha como o Galaxy S7 Edge e o Google Pixel.

Por outro lado, essas escolha de design têm alguns probleminhas: cabos USB-C ainda são relativamente difíceis de se achar por aí, e a traseira de vidro do A5 representa mais um ponto de fragilidade para o aparelho: se ele cair no chão, são dois vidros que podem rachar, e não só a tela. Apesar desses defeitos, o design bonito do Galaxy A5 fica como referência para a sua faixa de preço.

Software, performance e usabilidade

Embora seja um Android, o Galaxy A5 usa a TouchWiz, a versão do sistema operacional do Google modificada pela Samsung. No geral, ela funciona bem, mas quem já usou versões mais “limpas” do Android vai perceber algumas diferenças. Por exemplo: o Galaxy A5 vem com um monte de aplicativos da Samsung e da Microsoft pré-instalados, e você não pode removê-los mesmo que não use nenhum deles nunca. Dos 32 GB de armazenamento da unidade de teste, apenas cerca de 21 GB eram utilizáveis, e esses apps eram alguns dos responsáveis por isso.

Já o leitor biométrico do aparelho, por sua vez, funciona surpreendentemente bem. Como de costume nos aparelhos da empresa, ele fica localizado no botão Home, e é capaz de reconhecer a sua impressão digital mesmo que o seu dedo esteja sujo, suado ou engordurado. Poder ppuxar o celular do bolso e já olhar para ele com a tela destravada é muito legal, e é bem positivo que a implementação da Samsung desse recurso funcione bem.

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Com um processador Exynos octa-core de 1,9 GHz e 3 GB de RAM, a performance do A5 é o tipo de performance que, felizmente, não se percebe muito. Você pode navegar em redes sociais, abrir aplicativos, jogar jogos e o celular aguenta tudo sem impactos muito visíveis.

De vez em quando um ou outro app demora um pouquinho mais que o ideal para abrir, mas nada de muito estranho. Estranho, porém, foi um travamento súbito que experimentamos enquanto testávamos o aparelho: no meio de uma navegação por vídeos do YouTube, ele simplesmente travou e desligou. Aconteceu só uma vez no período de testes, mas não poderia passar sem ser citado.

Display

A Samsung tem fama de fazer displays bons, e não é à toa. O Galaxy A5 tem uma tela Full HD de 5,2 polegadas bem bonita. Por tratar-se de um painel AMOLED, ela é capaz de produzir um alcance de brilho bem impressionante. Na configuração máxima de brilho, dá pra usar tranquilamente o celular mesmo na praia. Ao mesmo tempo, a possibilidade de acender apenas um pixel por vez deixa os pretos bem escuros na tela do aparelho.

Essa tecnologia dá ao Galaxy A5 uma pequena vantagem sobre outros aparelhos com tela de mesmo tamanho e resolução. Assistir a vídeos e à Netflix no dispositivo é uma experiência bem agradável, mesmo que você esteja acostumado a telas maiores. Um outro pequeno ponto positivo é que o regulador automático de brilho da tela sempre ajustava o brilho de maneira adequada à iluminação do ambiente, então nunca era necessario fazer aquele gesto estranho de tapar o sol da tela para enxergá-la.

Com os intermediários A5 e A7, a Samsung deu um passo parecido com o do Google com o Pixel e o Pixel XL: a única diferença entre os dois são os tamanhos da tela e da bateria. Mas enquanto o Pixel XL tem resolução quad HD, a resolução do A7 é o mesmo Full HD do A5. Com uma tela maior, porém, é possível que os detalhes não fiquem tão bonitos quanto na tela do A5.

Câmera

Se a aparência o Galaxy A5 até se passa por um aparelho top de linha, quando você usa a câmera a diferença dele para aparelhos mais caros começa a ficar mais evidente. Leva um pouco de tempo, porém, porque no geral a câmera do A5 funciona muito bem. Você pode abri-la rapidamente com dois toques no botão Home, e o acionamento é bem rápido. Quando ela abre, você vê a paisagem à sua frente pelo belo display do A5 e tudo parece lindo.

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De fato, em situações normais de luminosidade, a câmera de 16 MP dele é muito boa. O obturador dela surpreende positivamente pela rapidez, e é possível tirar várias fotos bonitas em sequência. Mesmo que você tire uma foto em movimento (de dentro do ônibus ou em cima de uma bicicleta), a imagem sai nítida e bonita, com cores bem vibrantes.

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O problema maior (como costuma ser o caso para câmeras de smartphone) é quando a luz não está boa. São esses casos que separam as câmeras boas das excelentes, e a do Galaxy A5 infelizmente não fica entre as melhores. Quando a luz está escassa, o dispositivo tende a compensar a falta de luz aumentando demais o tempo de exposição. O resultado disso são fotos que saem levemente borradas. Com luz baixa, até mesmo tirar uma foto nítida de um objeto parado bem perto de você fica difícil.

Impressiona, por outro lado, que o sensor da câmera de selfie do Galaxy A5 também tenha 16 MP. O único smartphone de que eu me lembro que tem dois sensores iguais é o Xperia C5, da Sony, de 2015 (que fazia desse seu grande diferencial). De fato, é bem legal ter uma câmera de selfie tão boa quanto a traseira. Novamente, porém, o problema em situações de pouca luz persiste. Tirar uma selfie com os amigos num bar com luz baixa poderá ser um desafio.

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Também é curioso que a câmera do A5 não tenha um recurso de HDR para as fotos. O Moto G4 Plus, por exemplo, tem esse recurso útil (e seu preço sugerido é R$ 600 menor). Por esse motivo, sempre que você for tirar uma foto com o fundo iluminado, precisará escolher entre deixar o fundo estourado ou deixar o seu objetivo sombreado. E se você já se acostumou a fotografar com HDR, pode ser bem triste precisar voltar atrás.

Bateria

Com 3.000 mAh, a bateria do Galaxy A5 tem um tamanho impressionante – e um desempenho à altura. Num dia normal de uso com redes sociais, streaming de música e alguns joguinhos, ela é capaz de chegar ao fim do dia com 40% ou mais de bateria restante. Você pode acordar, ir pro trabalho, sair com os amigos para uma festa e ainda terá bateria para chamar um carro para te levar de volta para casa.

Nesse ponto, a TouchWiz até acaba se mostrando positiva. Ela possui um modo de economia de bateria que ajuda a deixar o celular super econômico em situações extremas. É bem provável que você nunca a utilize, já que o aparelho gerencia bem a própria bateria, mas é bom saber que você pode contar também com esse recurso, caso ele seja necessário.

Obviamente, não foi possível avaliar, durante o período de testes, como a vida útil da bateria do A5 evoluirá ao longo do tempo. Ao menos durante esse período, no entanto, ela se saiu muito bem: não houve nenhum momento em que eu temi ficar sem bateria. Também ajuda o fato de o aparelho carregar muito rapidamente, então, mesmo que a bateria estiver acabando, você pode se conectar rapidinho a uma tomada e resolver esse problema.

Conclusão

O Galaxy A5 é um dispositivo muito bom. Seu design é inegavelmente bonito e pode facilmente brigar com aparelhos de preços mais elevados, e o desempenho de sua bateria também é excelente. Em termos de performance, há que se considerar que ele vem com a TouchWiz e com uma série de aplicativos pré-instalados, mas mesmo assim ele funciona de maneira bastante satisfatória.

Se há um problema com o A5, é a sua concorrência. Na faixa de preço em que ele está, já dá para encontrar o excelente Moto Z Play (que tem tela e bateria maiores, além de desempenho semelhante e a compatibilidade com os Moto Snaps), e de repente até mesmo um iPhone SE em promoção – além de tops de linha de gerações passadas da Samsung, que, embora não sejam novos, ainda aguentam bem os aplicativos atuais.

Descendo o preço, por outro lado, você chega nos Galaxy J, nos Moto G4 e no Zenfone 3. Todos esses dispositivos oferecem a mesma resolução Full HD, câmera traseira competente, bateria duradora e carregamento rápido do Galaxy A5, mas por um preço menor. Há detalhes em que o A5 se sobressai, como no design, mas a diferença de preço faz valer a pena você pesquisar bem antes de gastar mais nele.

Decidir se o Galaxy A5 é para você, portanto, depende de quanto você valoriza os aspectos em que ele se sobressai. Não há como contestar a beleza de seu design, por exemplo, e sua bateria também tem duração excelente (embora a do Moto Z Play também tenha). Para alguns, no entanto, o fato de o Galaxy A5 ser da Samsung acabará decidindo o jogo.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital