Telegram enfrenta polêmica envolvendo pirataria

De acordo com uma denúncia, o aplicativo de troca de mensagens possui 'muitos canais criados por usuários que são dedicados a distribuição não autorizada de gravações protegidas'
Luiz Nogueira28/11/2019 18h25, atualizada em 28/11/2019 19h00

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A Associação de Proteção de Direitos Autorais da Internet (AZAPI), empresa russa de combate à pirataria, ameaça denunciar o Telegram, aplicativo de troca de mensagens, às autoridades dos Estados Unidos, se a plataforma não introduzir tecnologia de impressão digital.

De acordo com a empresa russa, essa ameaça é necessária porque o projeto blockchain TON, do serviço de mensagens, será usado para monetizar anonimamente a disseminação de conteúdo protegido por direitos autorais.

O Telegram, fundado em 2013, ganhou força com o passar dos anos, chegando a 300 milhões de usuários atualmente. No entanto, o app está cada vez mais associado à disseminação de material que infringe direitos autorais, conforme destacado em outubro pela Associação Americana da Indústria de Gravação (RIAA).

“O Telegram oferece muitos canais criados por usuários que são dedicados à distribuição não autorizada de gravações protegidas por direitos autorais, com alguns deles focados em gêneros e artistas específicos”, declarou o RIAA em uma reivindicação ao Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos.

Embora os Estados Unidos não aparenta preocupação com o conteúdo disseminado no Telegram, o mensageiro pode enfrentar outros problemas vindos da Rússia. Isso porque o país possui uma ordem judicial em andamento, que visa impedir que os provedores de internet forneçam acesso ao serviço.

Para corroborar suas reivindicações, a AZAPI disse que identificou pelo menos 170 canais no app que ajudam a distribuir conteúdo pirata para milhões de usuários. A empresa chegou a notificar o Telegram sobre a descoberta, mas o mensageiro parece ter ignorado as solicitações de remoção desse conteúdo.

Por esse motivo, a associação solicita a implementação de um sistema que possa identificar e remover o conteúdo supostamente infrator. No entanto, todo o assunto ainda é muito complicado devido aos planos de negócios envolvendo criptomoedas do Telegram.

De acordo com a organização de proteção, a rede blockchain da rede social “será uma ferramenta ideal para monetizar conteúdo falsificado de forma anônima”.

Como resultado, se as medidas antipirataria não forem tomadas, o AZAPI diz que não terá outra opção a não ser apresentar queixas à Câmara de Comércio dos EUA, à Comissão de Títulos e Câmbio dos Estados Unidos (SEC), à Força-Tarefa de Ação Financeira sobre Lavagem de Dinheiro (GAFI) e à Associação Americana de Editores de Livros.

Via: TorrentFreak

Luiz Nogueira
Editor(a)

Luiz Nogueira é editor(a) no Olhar Digital