Tecnologia com luz ultravioleta está pronta para ‘salvar’ a Lei de Moore

Renato Santino07/04/2016 21h33, atualizada em 07/04/2016 21h40

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Você já deve ter ouvido falar na Lei de Moore, criada pelo fundador da Intel, que determina que, em linhas gerais, que os processadores precisam ficar duas vezes melhores a cada dois anos. A norma ditou o ritmo de inovação da indústria de chips, mas finalmente começou a demonstrar sinais de exaustão neste ano, quando a Intel anunciou a adoção de um novo modelo de produção de três etapas em vez de apenas duas.

A tecnologia de produção de processadores está chegando ao limite, mas ainda há algumas propostas que podem permitir a manutenção da Lei de Moore. Uma dessas ferramentas acabou de entrar em fase de testes pelas grandes empresas, e se chama litografia com luz ultravioleta extrema (EUV). A ideia é que ela esteja pronta para uso em grande escala já em 2018.

Como funciona a técnica? A litografia funciona mais ou menos como a fotografia à moda antiga. A luz é projetada através de uma máscara com padrões em uma superfície com substâncias sensíveis à luz. Quanto menor o comprimento de onda da luz, maior é a resolução possível dos padrões. A indústria levou a tecnologia atual aos 193 nanômetros em comprimento de onda, o limite. Para continuar crescendo, seria necessário usar múltiplos passos de padrões para cada camada em um chip, o que tornaria muito complexa a sua produção. O uso da luz ultravioleta extrema alivia a situação, com um comprimento de onda menor.

Em 2011, a Intel decidiu investir pesado nesta área. A companhia investiu US$ 4 bilhões em uma empresa holandesa chamada ASML, que finalmente está rendendo os frutos. Recentemente, a equipe anunciou que conseguiu driblar a última e maior barreira tecnológica para o EUV, que eram fontes de luz muito fracas, o que significaria um tempo maior de exposição das substâncias fotossensíveis. Como sabemos na máxima capitalista: tempo é dinheiro.

Com o avanço tecnológico, foi possível aumentar a potência da fonte de luz em cinco vezes, saltando de 40 Watts no ano passado para 200 Watts neste ano, o que dobra a velocidade de produção de 400 pastilhas por dia para 800. Ainda está longe da velocidade da tecnologia atual, que é capaz de produzir 3 mil pastilhas, mas a expectativa é que o ritmo da tecnologia usada atualmente caia conforme os obstáculos dos limites técnicos forem se acumulando, tornando a técnica com UEV mais viável.

Via MIT Technology Review

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital