Não é de hoje que as tecnologias de reconhecimento facial, usadas por empresas como o Facebook para marcar usuários em fotos e pela Amazon em suas lojas físicas para identificar as pessoas, são alvo de preocupações por entidades e pessoas que defendem a privacidade.

Para amenizar as possíveis apreensões, o artista e tecnólogo Adam Harvey criou um método que engana esses sistemas, confundindo-os na tarefa de reconhecer rostos. O projeto Hyperface usa tecidos com olhos, bocas e outros itens que um computador pode interpretar como um rosto. Veja:

Segundo Harvey, a ideia do projeto é “sobrecarregar o algoritmo, saturando a área do rosto de modo que o olhar do algoritmo de visão computadorizada seja desviado”. “Há também uma oportunidade para modificar o ambiente, as coisas que aparecem em torno de alguém, o que pode modificar a pontuação de confiança do sistema”, conta o criador.

O tecnólogo afirma que, em algumas pesquisas já divulgadas, o sistema de reconhecimento facial conseguiu descobrir, usando fotos pequenas, com 2,5% do tamanho de uma imagem do Instagram, tendências criminais e traços como “calmo” e “irritado”, além de detalhes como idade e gênero.

“Em 100 anos, vamos ter uma transformação na moda e na maneira como nos vemos. Como será isso? Espero que seja algo que otimize nossa privacidade pessoal”, aposta Harvey.

Via The Guardian