Tardígrado psicodélico vence concurso de imagens microscópicas

Conhecidos também como 'ursos d'água', os tardígrados são seres microscópicos que se adaptam a praticamente qualquer ambiente
Renato Mota08/04/2020 18h03

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Uma floresta de neurônios, um embrião de um camundongo, um rato fluorescente e um tardígrado psicodélico foram os vencedores do concurso de Imagem do Ano em Microscopia promovido pela fabricante de microscópios Olympus. Essa foi a primeira edição da competição, que premiou que as melhores fotos de ciências biológicas em todo o mundo.

A bióloga espanhola Ainara Pintor, da Fundación Biofísica Bizkaia, foi selecionada como a vencedora global por sua imagem de uma fatia do cérebro de um camundongo imunocorada com dois fluoróforos. “Neurogarden”, como foi batizada pela pesquisadora, mostra a complexidade do cérebro.

“Existem mais de 70 milhões de neurônios no cérebro de um rato”, explica Pintor. “Este é um exemplo do que podemos observar no hipocampo de uma única fatia do cérebro, neste caso, tirada de camundongos transgênicos Thy1”.

Ainara Pintor/Olympus

Igualmente impressionante foi a imagem capturada por Tagide deCarvalho, da Universidade de Maryland, que capturou as cores nas entranhas do tardígrado e levou o prêmio na categoria Américas. “Soube no momento em que vi esse espécime colorido que seria uma imagem notável”, disse a cientista. “Adoro compartilhar as coisas fascinantes que vejo no microscópio com outras pessoas”.

Tardígrados, ou “ursos d’água” são criaturas impressionantes. Como “extremófilos”, eles conseguem alterar seu metabolismo para sobreviver em condições hostis por longos períodos – inclusive no espaço. Porém, vistos pelo microscópio, esses bichinhos são transparentes, mas em seus estudos, DeCarvalho usou substâncias especiais para destacar os órgãos do tardígrado. “Os corantes fluorescentes que usei permitem ver o trato digestivo tardígrado, incluindo as partes da boca e o estômago cheios de comida”, explica.

O vencedor na categoria Europa, Oriente Médio e África, o britânico Alan Prescott, fez o registro de uma seção congelada de um camundongo usando vários rótulos fluorescentes em “The Mouse’s Whiskers” (O bigode do rato). E completando os vencedores, a categoria Ásia/Pacífico foi vencida pela imagem de um embrião de um rato, com 950 partes costuradas, feita por Howard Vindin, da Austrália.

Todos os vencedores e menções honrosas podem ser vistos no site Olympus Image of the Year 2019.

Via: LiveScience

Editor(a)

Renato Mota é editor(a) no Olhar Digital