Os suspeitos de hackearem o Telegram de membros da Operação Lava Jato presos pela Polícia Federal nesta semana ainda estão revelando detalhes sobre como o ataque se desenvolveu. Nesta sexta-feira, 26, “Vermelho”, como é identificado Wagner Delgatti Neto, de 30 anos, disse que as informações foram vazadas sem esperar qualquer tipo de compensação financeira.
Segundo ele, o repasse dos dados ao jornalista Glenn Greenwald, do site The Intercept, se deu por intermediação de Manuela D’Ávila (PC do B), ex-deputada e candidata à vice-presidência na chapa de Fernando Haddad (PT). Ela havia sido procurada para o envio das informações, mas preferiu dar o contato do jornalista.
Manuela D’Ávila posteriormente confirmou o contato com “Vermelho”, sem saber a sua identidade até então, e a alegação de que havia passado a ele o contato de Greenwald. Ela também afirmou que seu próprio Telegram havia sido invadido e naquele mesmo dia alguém havia entrado em contato se passando por alguém de sua agenda com a promessa de entregar as informações obtidas pelo ataque.
Nota à imprensa ð pic.twitter.com/wvx6uPEnT1
— Manuela (@ManuelaDavila) July 26, 2019
“Vermelho” também afirmou que as informações obtidas não passaram por nenhum tipo de edição antes do repasse ao Intercept. Ele também diz que, inicialmente, o material estava sendo enviado pelo próprio Telegram, mas, devido ao volume, eles acabaram combinando a criação de uma conta no Dropbox para transferência dos arquivos.