A essa altura, você provavelmente já conhece a marca de roupas Supreme, conhecida pelo seu logo com letras brancas sobre um fundo vermelho. A empresa costuma vender peças caríssimas em edições consideravelmente limitadas, o que faz com que seus produtos acabem sendo revendidos por altíssimos valores no mercado secundário. Agora, a marca decidiu apostar em um novo item: celulares

Mas engana-se quem pensa que a Supreme colocaria sua marca em qualquer smartphone. Não, a empresa decidiu colocar seu nome no celular mais básico possível: um feature phone da fabricante americana BLU, que já é conhecida pelos seus smartphones baratos. O aparelho é parte de uma nova coleção que será colocada à venda a partir do dia 22 de agosto.

A própria Supreme classifica o celular como “burner phone”, que recebe esse nome por ser descartável. Normalmente, a expressão está vinculada a celulares com chips pré-pagos utilizados especialmente para atividades ilícitas, de modo a proteger a identidade do usuário. O baixo custo permite que o dispositivo seja facilmente jogado fora, impedindo seu rastreamento caso as autoridades sejam alertadas. 

O “burner phone” da Supreme tem tudo que um celular do tipo tem. O aparelho conta com duas entradas para chips de telefonia, uma câmera integrada e conectividade 3G para que você possa usar algumas aplicações online, embora não haja informações sobre qual sistema operacional o dispositivo roda, nem quais apps estão disponíveis. O pacote inclui um cartão de memória de 16 GB para expandir o armazenamento interno. 

Há outras informações deduzíveis sobre o produto que não foram diretamente especificadas pela Supreme. Pelo design e pelo fato de a fabricante ser a BLU, é provável que o dispositivo seja uma reedição do modelo Zoey 2.4, que conta com uma “super” tela de 2,4 polegadas com 262 mil cores. A câmera tem qualidade VGA, com flash integrado, rádio FM, capacidade para reprodução de música em MP3 e vídeo em MP4 e conectividade Bluetooth. 

A Supreme também não divulgou informações sobre o preço do aparelho, mas como tudo que a empresa vende, espere preços altos. Para referência, o Zoey 2.4 pode ser encontrado à venda no Brasil por preços na faixa dos R$ 200 (sem o logo da Supreme, claro). A tendência é que o preço cobrado pela Supreme não seja tão mais alto que isso, mas a dinâmica da empresa já é bem conhecida: lançar produtos em quantidades limitadas. Isso significa que poucas pessoas terão acesso ao produto no preço sugerido pela empresa; quem estiver interessado precisará comprá-lo do mercado secundário (de quem comprou para revender) e é nesse momento que a facada vem. Não seria surpresa se o aparelho fosse vendido a preços de iPhone. 

Um exemplo meio absurdo dessa dinâmica aconteceu quando a Supreme decidiu vender tijolos (sim!) com sua marca. Uma unidade custava “apenas” US$ 30, e logo o material se esgotou. Hoje, quem tem algum interesse em comprar um tijolo da Supreme precisa recorrer ao eBay, onde os preços chegam a até US$ 500. Vale a pena? Provavelmente, não.