Um atraso na tecnologia de chips da Intel muito provavelmente adiará a inauguração do supercomputador Aurora. Segundo o The New York Times, pesquisadores relataram que o problema torna “quase impossível” que o aparelho seja instalado dentro do prazo de entrega, marcado para 2021.
Anunciado em 2015, o plano ambicioso de criar o Aurora consiste no primeiro supercomputador americano com desempenho de um exascale. Ou seja, a máquina deve ter um sistema capaz de realizar a marca impressionante de um quintilhão de cálculos por segundo (um quintilhão é um número de 18 dígitos, ou 10 elevado a 18º potência).
O projeto para a supermáquina é fruto de uma parceria com o Argonne National Laboratory, sob encomenda do Departamento de Energia dos Estados Unidos (DOE). Os desenvolvedores são americanos e estão atentos à concorrência com a China, que por enquanto sai na frente e já fabricou mais supercomputadores do que os EUA.
Visto isso, os americanos querem que o Aurora tenha peças todas fabricadas nos Estados Unidos. Daí, então, que surge o entrave. A Intel é uma gigante norte-americana do Vale do Silício e havia se comprometido a fornecer três tipos de chips para a invenção. Porém, o atraso na fabricação das peças não permite que os desenvolvedores adotem componentes de fábricas estrangeiras. Isso acabaria com o sonho de ter o design totalmente americano.
A Intel ficou encarregada de desenvolver três chips para o Aurora, supercomputador que deve custar US$ 500 milhões. Crédito: JHVEPhoto/Shutterstock
Para evitar o adiamento do projeto, funcionários do laboratório Argonne e do Departamento de Energia dizem estar se dedicando ao máximo na criação do Aurora. Em comunicado, a instituição de pesquisa afirmou que está em “negociações com a Intel para atualizar o plano de entrega”.
A empresa multinacional de tecnologia afirmou, por sua vez, que seus parceiros estão “trabalhando ativamente para mitigar quaisquer impactos potenciais ao cronograma”. Mês passado, o presidente-executivo da Intel, Robert Swan, alertou que os avanços para o Aurora estavam 12 meses atrasados e que os chips poderiam ser produzidos em outras fábricas.
O supercomputador está com orçamento previsto de US$ 500 milhões e deverá ser projetado para explorar novos avanços no campo da inteligência artificial. Se ele tiver realmente o desempenho de um exascale, isso significa que o Aurora será mil vezes mais rápido do que os primeiros sistemas petascale, que começaram a chegar em 2008.
Fonte: The New York Times