O atropelamento envolvendo um carro autônomo da Uber, que resultou na morte de uma ciclista em março deste ano, pode ter sido provocado por uma falha de software. A informação vem de um relatório preliminar da National Transportation Safety Board, organização independente que investiga acidentes em transportes nos Estados Unidos.

De acordo com o texto, os sensores do veículo funcionaram como deveriam e começar a detectar a pedestre Elaine Herzberg seis segundos antes da colisão. O intervalo era suficiente para que o carro – um XC90 da Volvo modificado que trafegava a 43 milhas por hora (quase 70 Km/h) – parasse totalmente antes de atingir a vítima.

O software, no entanto, demorou para definir a ação a ser tomada e, quando o fez, optou por uma que não podia ser realizada. Segundo o relatório, depois de identificar Herzberg como um objeto desconhecido, como outro veículo e como uma bicicleta, “1,3 segundo antes do impacto, o sistema determinou que uma frenagem emergencial era necessária para evitar a colisão”.

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Porém, de acordo com a Uber, a opção para realizar esse tipo de manobra não fica ativa quando o carro está no modo autônomo, justamente “para reduzir o potencial do veículo para comportamento errático” e evitar acidentes gerados por freadas bruscas. Cabe aos operadores intervirem em casos assim – o que pode não acontecer porque o próprio sistema não foi desenhado para alertá-los.

A análise ainda deixa claro que a operadora do carro no acidente, identificada como Rafaela Vasquez, chegou a agir e tentou desviar a rota manualmente, mas menos de um segundo antes do impacto. Imagens divulgadas alguns dias após o acidente mostravam a motorista com a cabeça baixa nos momentos anteriores ao acidente, o que gerou hipóteses de que estava distraída.

No entanto, Vasquez negou e contou à NTSB que estava olhando para a tela usada para monitorar o software, justamente a função que lhe era esperada: “monitorar mensagens de diagnóstico que aparecem em uma interface no painel do veículo”, segundo o relatório.

Mais detalhes sobre o acidente ainda devem vir à tona, já que o caso ainda está sob investigação pela NTSB. A organização tenta agora levantar o que a vítima fazia antes do acidente.