Na semana passada, o Snapchat atualizou a sua política de privacidade, passando a incluir nela algumas cláusulas bastante questionáveis. Por conta do alvoroço causado pelas mudanças, a empresa fez um post em seu blog acalmando usuários e esclarecendo as alterações.

Estranhas mudanças

Dentre as novidades que o Snapchat incluiu em sua nova política de privacidade, a empresa se reservava “direito irrestrito, perpétuo e mundial” ao uso da imagem de seus usuários. Os criadores do aplicativo também deixavam claro que, além disso, poderiam visualizar os vídeos e imagens dos usuários “a qualquer momento e por qualquer motivo”.

Não apenas isso: o Snapchat também dizia, nos novos termos, deter o direito de compartilhar as informações dos usuários com outras empresas do seu grupo, além de provedores de serviços de telecomunicação e parceiros publicitários.

Além disso, o usuário, ao subir uma imagem ou vídeo pelo canal, dá à empresa direito de “exibir publicamente (…) em qualquer mídia ou meio de distribuição” os produtos audiovisuais criados por ele – independente de seu conteúdo.

Embora algumas dessas cláusulas se assemelhem a termos de políticas de privacidade de outras redes sociais, elas causam estranhamento no Snapchat, pois a rede alega excluir o conteúdo postado por seus usuários em no máximo 24 horas – algo que já foi questionado em outras situações.

 


Esclarecimento

De acordo com a nota de esclarecimento da empresa, a atualização na política de privacidade foi necessária principalmente por três motivos: para tornar a linguagem mais acessível, para informar melhor sobre compras dentro do aplicativo (agora que a empresa vende replays) e para esclarecer aos usuários que seus nomes estarão visíveis no aplicativo “para facilitar que amigos se encontrem”.

Apesar do que dizem os termos de sua política de privacidade, o Snapchat afirma, na mesma nota, que “as mensagens são automaticamente deletadas dos nossos servidores assim que detectamos que elas foram visualizadas ou expiraram”, e que, por isso “não poderíamos compartilhá-las com publicitários ou parceiros de negócios – e não faríamos isso”.

Com relação ao direito ao uso do conteúdo dos usuários, a empresa reitera que tem poder de acessar e exibí-lo. No entanto, ela argumenta que esse direito é semelhante ao que outras redes sociais têm, e alega que ele é necessário para o funcionamento do Live Stories (em que Stories do mundo todo são mostradas a outros usuários), e que esse direito já era reconhecido nas versões anteriores dos termos.

O Olhar Digital já falou bastante sobre o Snapchat, mostrando os melhores truques escondidos do aplicativo e os principais motivos para experimentá-lo. As mudanças na política de privacidade, contudo, parecem reforçar alguns dos principais motivos para não usar o aplicativo.