Sistema procura por batimentos cardíacos para identificar deepfakes

Pesquisa usa o mesmo princípio por trás dos oxímetros e busca por pequenas mudanças na cor da pele causadas pelo fluxo sanguíneo para identificar vídeos adulterados
Renato Mota03/09/2020 20h37

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Técnicas de modificação de fotos e vídeos estão cada vez mais sofisticadas. Os chamados “deepfakes“, quando utilizados para o bem podem ser poderosas ferramentas de entretenimento (especialmente na criação de memes), mas por outro lado dão aos agentes de desinformação recursos vastos para a disseminação de informações falsas.

Porém, pesquisadores especializados em Inteligência Artificial garantem que podem identificar deepfakes em vídeos procurando por sinais biométricos – especialmente batimentos cardíacos. A mesma fotopletismografia (ou photoplethysmograph, PGG) usada em oxímetros de pulso ou dedo pode ser aplicada na detecção de vídeos que foram modificados deliberadamente.

De acordo com os cientistas da Binghamton University e da Intel, a forma como o fluxo sanguíneo causa pequenas mudanças na cor da pele pode gerar “ruído biológicos” nas imagens dos vídeos – e consequentemente denunciar uma adulteração. A abordagem de detecção criada pelos pesquisadores procura por esses sinais residuais em 32 pontos diferentes no rosto de uma pessoa, que os pesquisadores chamam de células PPG.

Deepfake são falsificações de vídeo que podem fazer as pessoas parecerem estar fazendo ou dizendo coisas que nunca fizeram. A manipulação digital de vídeo existe há décadas, mas o software Deepfake, que usa inteligência artificial para modificar vídeos, tornou mais fácil a modificação de vídeos e tornou mais complicada a detecção de conteúdo falso.

Há três tipos de Deepfake conhecidos: troca de rosto, sincronização de lábios e falsificações de “corpo”. Todos eles dependem do modo como quem está fazendo a modificação vai sincronizar o modo como o rosto e a boca da vítima se move. Mas todas as sutilezas do rosto da vítima são difíceis de replicar – não é de hoje que peritos se concentram, por exemplo, em métodos forenses para encontrar alterações digitais, como rastrear movimentos não naturais das pálpebras ou distorções nas bordas do rosto.

Mas esta é a primeira pesquisa que utiliza sinais biológicos mais profundos para encontrar deepfakes. Os primeiros testes detectaram falsidades com 97,3% de precisão e seus resultados serão apresentados na International Joint Conference on Biometrics, no fim do mês.

Via: VentureBeat

Editor(a)

Renato Mota é editor(a) no Olhar Digital