As vendas de iPhones continuam a cair, enquanto as arrecadações com os serviços atingem o maior valor na história. É isso que mostra o relatório financeiro do segundo trimestre da Apple, apontando para uma receita total de US$ 58 bilhões nesse período (5% menor em relação ao mesmo trimestre de 2018) e lucro por ação de US$ 2,46.

A companhia norte-americana registra que a divisão de serviços atingiu uma marca recorde de US$ 11,5 bilhões em receita. Por outro lado, os rendimentos com iPhones chegaram a um valor de US$ 31,05 bilhões, ainda abaixo do trimestre anterior, mas que aind acorresponde a 53% da arrecadação total da empresa. As vendas de Mac também caíram, mas setores como iPad, acessórios, casa (Home Pod) e serviços online viram apenas ganhos.

“Nós tivemos nosso mais forte crescimento de iPad em seis anos, e nunca estivemos tão empolgados em relação ao nosso catálogo de hardware, software e serviços inovadores”, afirma o CEO da companhoa, Tim Cook, em comunicado à imprensa. “Estamos ansiosos para compartilhar mais com desenvolvedores e clientes na 30ª Conferência Mundial de Desenvolvedores da Apple, em junho.” O forte crescimento no iPad pode ser atribuído ao iPad Pro.

Depois da tempestade, calmaria

Este trimestre era um esperança de melhora em relação ao princípio de colapso registrado noúltimo balanço. Na ocasião, tentando superar as decepcionantes vendas do iPhone – que tinham caído 15% em relação ao ano anterior –, a empresa tomou algumas atitudes de emergência. Ela reviu suas previsões de lucros e publicou uma carta do CEO Tim Cook, que advertia sobre a fraca demanda por “upgrades de aparelhos” durante os feriados. 

Desde aquela má notícia em janeiro, as ações da Apple se recuperaram e o valor de mercado da empresa cresceu quase US$ 300 bilhões. Mas a empresa continua enfrentando desafios significativos na China, onde o iPhone briga com os celulares da Huawei, Xiaomi e de outras marcas muito mais baratas. Apesar disso, a companhia norte-americana registrou uma receita de US$ 10,2 bilhões na China para o segundo trimestre, um avanço proporcionado pela melhora nas relações entre as duas potências, segundo Cook.

Uma nova safra de produtos

O relatório de ganhos divulgado hoje chega ao público semanas depois de uma série de lançamentos da Apple, que incluíram novos modelos de AirPods, iPad Air, iPad mini e o desktop iMac. Mas Wall Street e os investidores têm sua atenção voltada para o grande pacote de serviços da empresa.

No mês passado, a empresa anunciou várias novas iniciativas de serviços on demand, incluindo o News+, Apple Arcade e Apple TV+. “Estes não são passatempos”, garantiu Cook à CNBC. “Nós não apresentaríamos serviços se não achássemos que eles podem ser significativos”. O serviço de notícias por assinatura, que reúne revistas populares, com alguns jornais, incluindo o Wall Street Journal, já foi lançado, custando US$ 9,99 mensais.

No entanto, a Apple evitou discutir preços para o Arcade, que dará aos assinantes o acesso a um pacote de jogos exclusivos e para o Apple TV+, que abrigará os muitos programas e filmes originais da empresa, que já estão em produção. Cook afirmou à CNBC que espera que os consumidores tenham vários serviços de streaming: “Faremos o possível para convencê-los de que o Apple TV+ deve ser um deles”. Ambos os serviços devem ser lançados em breve, provavelmente como parte do iOS 13 e do MacOS 10.15.

Vale lembrar também que a Qualcomm e a Apple resolveram recentemente suas duras batalhas legais, mediante um pagamento não revelado da “Maçã” à fabricante de chips. As duas companhias assinaram um novo acordo, renovando a utilização de processadores da Qualcomm em iPhones e iPads pelos próximos anos. Esse contrato, no entanto, não interfere no balanço financeiro de hoje.

Fonte: The Verge