Senador dos EUA quer impedir YouTube de recomendar vídeos com menores

Um projeto de lei pretende manter gravações que mostrem menores de idade fora do algoritmo de recomendação do site
Roseli Andrion06/06/2019 19h04, atualizada em 06/06/2019 21h00

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Uma reportagem do New York Times desta semana indica que o YouTube ainda não tem controle sobre seu conteúdo. Isso levou o senador norte-americano Josh Hawley a propor uma legislação que exige que ele e outros sites de vídeo retirem conteúdos que “apresentem menores de idade” do algoritmo — embora eles ainda possam aparecer nos resultados de pesquisa.

No início do ano, o YouTube estava sob ataque: acusações mostraram como os algoritmos de recomendação do site facilitaram um “círculo de pedofilia de soft-core” nas seções de comentários de vídeos inocentes. Os anunciantes saíram da plataforma e a empresa retirou mais de 150 mil vídeos e desativou comentários em milhões de gravações para ajudar a anular a atividade.

A medida proposta por Hawley não resolve o desafio de definir quando um vídeo “apresenta menores de idade”. A regra é clara, mas tem exceções quanto a imagens que “têm menores em segundo plano”. Além disso, “vídeos produzidos profissionalmente, como competições de show de talentos no horário nobre” seriam isentos. Ela também é simplista, já que não se estende a conteúdos amadores que têm valor e qualidade de produção.

YouTube prometeu para com recomendações

Em janeiro, o YouTube prometeu que pararia de recomendar esses vídeos e começaria a remover outros além desses — especialmente os que negam eventos como o Holocausto ou o tiroteio de Sandy Hook, bem como os que disseminam notícias falsas e teorias da conspiração.

O grande volume de conteúdo carregado no YouTube todos os dias torna esse policiamento muito desafiador. Ultimamente, há muitos pedidos por mais regulamentações governamentais sobre a ação de gigantes da tecnologia. O projeto de lei do senador Hawley tem grande chance de sucesso, mas por enquanto continua a ser analisado.

No cenário brasileiro, milhares de menores de idade se tornaram youtubers e já têm mais seguidores do que muitos adultos. O site se popularizou e crianças passam horas gravando e assistindo umas às outras — muitas afirmam já ter uma “carreira” estabelecida.

Uma legislação como essa aqui poderia ser controversa por aqui e tenderia a não ser aprovada. O Brasil é o segundo maior consumidor de vídeos mundial da plataforma, segundo pesquisa coordenada pelo Media Lab da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).

Via: Engadget

Colaboração para o Olhar Digital

Roseli Andrion é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital