Senado dos EUA questiona punições do Google a certas publicações

Políticos acusaram a empresa de ser hipócrita ao desmonetizar publicações por comentários de usuários e se proteger legalmente do mesmo tipo de responsabilidade
Redação23/09/2020 13h57, atualizada em 24/09/2020 13h21

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Senadores americanos pressionaram Don Harisson, presidente de parcerias globais e desenvolvimento corporativo do Google, sobre as punições que a empresa vem aplicando em publicações com comentários considerados “impróprios”.

Em testemunho dado no último dia 15, Harrison teve que responder questionamentos sobre uma possível hipocrisia por parte da companhia em relação a tais repreensões. Para se proteger legalmente da responsabilidade de comentários publicados em sua plataforma, a empresa usou a seção 230 do Ato de Decência de Comunicação dos EUA, de 1996.

A polêmica foi instaurada em 16 de julho, quando o Google ameaçou desmonetizar o portal de notícias The Federalist por comentários racistas publicados por leitores. A empresa afirmou que o teor das publicações estava afastando anunciantes da página.

O senador republicano Mike Lee questionou a ameaça e acusou a gigante da tecnologia de abusar de um monopólio no serviço de publicidade na internet, além de utilizar pesos diferentes ao se proteger de comentários ofensivos feitos em sua própria plataforma.

Reprodução

Empresa foi acusada de tentar implementar monopólio com o Google Ads. Créditos: PhotoMix/Pixabay

Em resposta, o executivo afirmou que as políticas da empresa são claras quanto ao bloqueio de anúncios em conteúdo considerado odioso e que o Google deu ao The Federalist a opção de moderar sua seção de comentários e deletar as constatações ofensivas para não ser desmonetizado.

Além disso, Harrisson constatou que essa é uma política privada da empresa e que seria injusto compará-la com a seção 230 do Ato de Decência de Comunicação dos EUA, uma lei federal americana. Portanto, ao discordar da decisão tomada pelo Google, o The Federalist poderia procurar os serviços de outra empresa.

Monopólio?

O senador Josh Hawley, também do partido republicano, questionou se o Google não estaria utilizando o domínio de suas ferramentas de busca e de vídeo para monopolizar o mercado de publicidade na internet com o Google Ads.

Harrisson negou e afirmou que o Google não é um monopólio, pois possui competidores. “Acredito que a maneira certa de observar se um mercado está funcionando é se perguntar: ‘Nós temos muitos competidores? Existem muitas opções? Os preços estão caindo?’ e creio que se você olhar para a publicidade online, vai perceber que muitas companhias estão indo muito bem”, concluiu o executivo.

Fonte: Sociable

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital