18% dos postos de saúde do Brasil não têm internet, diz estudo

O grau de conectividade em unidades privadas é maior do que em unidades públicas
Vinicius Szafran22/07/2020 22h48, atualizada em 22/07/2020 23h08

20200330072857

Compartilhe esta matéria

Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

No Brasil, 18% dos postos de saúde ainda não têm conexão com a internet. É o que mostra a TIC Saúde 2019, pesquisa do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), vinculado ao Comitê Gestor da Internet. O levantamento divulgado nesta terça-feira (21) analisou o emprego de tecnologias da informação e comunicação por unidades de saúde no país.

Em relação ao ano anterior, o número de estabelecimentos com acesso à internet aumentou: de 80% para 82%. Já o uso de computadores foi informado por 91% das Unidades Básicas de Saúde (UBSs), um aumento de 1% em relação ao ano anterior. Em números absolutos, dos 40.880 estabelecimentos de saúde pesquisados, ainda há 7.218 sem acesso à internet e 3.581 sem computador.

Considerando todos os tipos de estabelecimentos de saúde, o grau de conectividade sobe para 92%, mas com algumas diferenças. Unidades particulares apresentaram índice de 99%, enquanto as públicas ficaram em 85%. A região com maior conectividade foi a região Sul, com 98%. O menor índice foi na região Norte, com 80%.

A qualidade da conexão também foi analisada. A velocidade máxima de download em 27% das UBSs pesquisadas variava entre 1 Mbps e 10 Mbps (contra 35% no ano anterior); 13% relataram velocidade entre 10 Mbps e 100 Mbps (3% a mais que no ano anterior); e 8% tinham taxa de até 1 Mbps (eram 11% em 2018).

Reprodução

Apenas 74% das unidades de saúde utilizam prontuário eletrônico. Imagem: Reprodução

O uso de sistemas eletrônicos de armazenamento de dados dos pacientes (o prontuário eletrônico) apareceu de forma integral ou parcial em 74% dos postos de saúde conectados. As principais informações coletadas e armazenadas nesses sistemas eram dados cadastrais (87%), vacinas ministradas (80%), motivo da consulta (78%), diagnóstico e problema de saúde (76%), histórico clínico (71%) e sinais vitais (70%). Essa prática varia na distribuição regional: 83% no Sudeste, 80% no Sul, 78% no Centro-Oeste, 77% no Nordeste e 74% no Norte.

Luciana Portilho, coordenadora da pesquisa, afirmou que entre 2018 e 2019 houve aumento no número de UBSs usando prontuário eletrônico, atingindo 78% dos estabelecimentos. “Em tempos de pandemia, isso também é uma melhora no sistema”, disse ela. “Além da agilidade no atendimento, no momento em que precisa haver um monitoramento maior para a saúde da população, esses sistemas favorecem a agilidade do acompanhamento e permitem mapear melhor os casos”.

Os principais serviços online ofertados pelas UBSs pesquisadas foram agendamento de consultas (23%), acesso a resultados de exames (22%), agendamento de exames (20%), visualização de  prontuário (12%) e interação com a equipe médica (7%). Em relação aos serviços de telesaúde, os principais eram educação a distância sobre o tema (39%), teleconsultoria (35%), pesquisa a distância (30%), telediagnóstico (25%) e segunda opinião (20%).

Segurança da informação

Acerca da segurança das informações armazenadas, somente 31% dos estabelecimentos afirmaram ter alguma política de proteção de dados contra invasões. No setor privado, o índice foi de 44%, enquanto que no setor público chegou apenas a 16%. Estratégias de segurança da informação são mais comuns em grandes hospitais (56%) do que nos menores (21%).

As principais ferramentas de segurança utilizadas foram antivírus (98% no setor privado e 83% no público), senha para acessar o sistema (82% e 72%), firewall (59% e 44%), senha para acesso aos arquivos (54% e 41%) e criptografia em arquivos e emails (50% e 30%).

Via: Agência Brasil

Vinicius Szafran
Colaboração para o Olhar Digital

Vinicius Szafran é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital