Um dos consumidores que deram azar de comprar versões inseguras do Galaxy Note 7 acusou a Samsung de tentar comprar o seu silêncio quando o aparelho pegou fogo na sua frente.
Zhang Sitiong, um chinês de 23 anos, usava seu Note 7 para salvar o contato de um amigo quando o aparelho começou a vibrar e soltar fumaça. Ele jogou o smartphone no chão e pediu para que o colega filmasse a cena. Sitiong, então, acionou a Samsung, que mandou dois funcionários ao seu encontro com a oferta de um aparelho novo mais o equivalente a US$ 900. Em troca, ele não tornaria o vídeo público.
Segundo The New York Times, a história foi mostrada pela China Central Television (CCT), a emissora estatal do país, durante uma reportagem sobre as falhas de comunicação da Samsung em relação ao problema. “Eles disseram que não havia problema com os celulares na China”, comentou ele, que ficou furioso com a aparente tentativa de suborno.
Quando Sitiong perdeu seu Note 7, a companhia coreana ainda não tinha decidido matar o modelo de vez e vinha afirmando que a versão vendida na China era segura por ser equipada com uma bateria diferente. Foi só depois de surgirem casos como o de Sitiong que veio a iniciativa de fazer um recolhimento total.
A emissora estatal fez duras críticas à forma como a companhia lidou com a situação. “Se a Samsung continuar a violar os direitos legítimos e os interesses dos consumidores chineses, e continuar se recusando a tornar públicos os exemplares usados no processo de teste, além de o próprio teste, quem seria capaz de ajudar os consumidores chineses a saber a verdade?”, questionou a reportagem.
A Samsung respondeu com um pedido de desculpas por “qualquer mal entendido” que possa ter causado no país “devido a uma comunicação obscura no processo”.