Esta terça-feira, 12 de setembro, é o dia do iPhone, no qual a indústria de tecnologia para por alguns instantes para assistir ao que a Apple tem a apresentar de novo para o mercado. Muitos vazamentos recentes já estragaram a surpresa do evento, mas é interessante observar que alguns dos possíveis problemas do iPhone X, o aparelho com design renovado praticamente sem bordas, tem origem na parceria com a Samsung.

Sim, pode parecer um pouco absurdo, mas o analista Ming-Chi Kuo, da KGI Securities, conhecido por furar praticamente todas as novidades da Apple, explica em relatório detalhado pelo site 9to5Mac que ao escolher uma tela OLED para o seu celular, a Apple se tornou “refém” da Samsung, o que deve aumentar o preço final do aparelho e restringir funcionalidades como o Touch ID. Tudo porque a Samsung é a única fornecedora de painéis OLED capaz de suprir uma demanda pesada como a de um novo iPhone, fato que forçou a Apple a investir quase US$ 3 bilhões para que a LG se tornasse capaz de dividir esse peso, mas isso só renderá frutos em 2018.

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É fácil entender o problema do preço. A tela do novo iPhone deve trazer um painel OLED flexível, um painel OLED sensível ao toque, um módulo do 3D Touch e um módulo de painel OLED. Segundo a análise, a Samsung será responsável por todas essas partes, excluindo o módulo 3D Touch. Por ser a única empresa capaz de produzir nessa escala, a Samsung pode cobrar a mais pelo trabalho. Segundo a estimativa, cada unidade OLED deve custar entre US$ 120 e US$ 130, enquanto uma tela LCD custa entre US$ 45 e US$ 55, o que ajuda a explicar o motivo de o preço final do iPhone X estar estimado na faixa dos US$ 1.000.

A segunda parte do problema é o Touch ID, o sensor de impressão digital do iPhone. Como a tela deve ocupar toda a frente do iPhone X, o botão dedicado ao sensor foi abandonado em favor de teclas virtuais e navegação por gestos. O problema disso é que a Samsung não foi capaz de criar um painel OLED que proporcionasse a possibilidade de um sensor de digitais que operasse por baixo da tela de forma eficiente, e tudo indica que a Apple não estava pronta para seguir outras fabricantes que colocam o sensor na traseira do celular ou na lateral, no botão de liga/desliga.

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A própria Samsung foi vítima deste problema. Estima-se que tanto o Galaxy S8 quanto o Galaxy Note 8, ambos da Samsung, tinham o mesmo objetivo: colocar o sensor de digitais sob a tela. No último momento, porém, chegou-se à conclusão de que aquilo não era factível com a tecnologia atual, o que fez com que a empresa optasse pela posição no mínimo peculiar do leitor na parte traseira do celular, logo ao lado da câmera. Isso tem sido um ponto de reclamação dos usuários da Samsung neste ano, que frequentemente acabam borrando a lente da câmera ao tentar desbloquear a tela do celular.

Segundo a análise, a Apple não estaria preparada para seguir a mesma rota, uma vez que qualquer mudança na posição de componentes pode causar um redesenho completo do interior do aparelho, o que pode não ser eficiente em termos de tempo e custo. Assim, a opção é retirar o recurso e apostar na função “Face ID”, que usa uma tecnologia de reconhecimento facial em 3D para desbloqueio do aparelho, o que, em tese, impediria que o sensor fosse enganado por uma fotografia em 2D.

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Os novos iPhones serão apresentados nesta terça-feira, 12, às 14h do horário de Brasília. O Olhar Digital terá cobertura em tempo real do evento.