O ano de 2016 não foi fácil para a Samsung. As explosões e acidentes envolvendo o Galaxy Note 7 chocaram o mundo todo, e, para piorar, não havia uma explicação clara do que estava acontecendo e por que aquilo ocorria. Só agora a empresa informou que encontrou o que causou os ocorridos no smartphone e se planeja para divulgar no final deste mês.
De acordo com a imprensa coreana, a Samsung concluiu suas pesquisas para descobrir o que causou os acidentes no Galaxy Note 7. Apesar de anteriormente já ter informado que as explosões poderiam ocorrer por uma combinação de fatores que causavam a combustão espontânea, a empresa tem agora os detalhes da falha.
Na época em que as explosões estavam acontecendo, começaram a surgir os relatos de que os engenheiros da companhia não eram capazes de replicar o problema internamente para fazer o celular explodir. Isso atrapalhava bastante as investigações, já que mostrava que a empresa não tinha uma ideia do que estava errado para que estes casos ocorressem.
O anúncio de que uma explicação já é conhecida é importantíssimo para as ambições da Samsung em 2017. Afinal de contas, o Galaxy S8 deve ser apresentado nos próximos meses (provavelmente em março), e a empresa precisa deixar muito claro que sabe o que aconteceu de errado para que isso não se repita com o seu outro top de linha. Vale lembrar que a empresa já disse saber como corrigir o problema com o primeiro recall que apenas trocou as baterias do celular, mas a medida acabou não funcionando e os casos de explosão continuaram aparecendo.
A Samsung parou a produção do aparelho e em novembro publicou uma série de pedidos de desculpas nos principais jornais do mundo topo. Alguns analistas e investidores comentaram que prestar as informações sobre a falha é um passo importante para a marca se reerguer e, em especial, nesse momento em que a empresa pode apresentar um novo modelo de smartphone.
Possível explicação?
Enquanto a Samsung não se manifesta, outras empresas tentam analisar o ocorrido. Foi o caso da fabricante de eletrônicos Instrumental, que realizou uma avaliação independente da situação e deu um parecer.
A bateria do Note 7, como a de outros smartphones, é composta por uma camada positiva de óxido de lítio cobalto, uma camada negativa feita de grafite e duas camadas separadoras banhadas em eletrólito feitas de polímero. Essas camadas separadoras permitem que íons (e energia) flutuem de um lado para o outro sem permitir que as camadas positiva e negativa se toquem.
A Instrumental explica que o design do Note 7 pode ter comprimido a camada separadora. “Se essas camadas positiva e negativa se tocarem, a energia flutuando vai direto para o eletrólito, aquecendo-o, o que gera mais energia e mais calor”, diz a empresa. “Tipicamente, isso resulta em uma explosão.”
Ainda segundo a Instrumental, pressões simples do dia a dia, como a ondulação mecânica normal da bateria, o estresse acumulado pela tampa traseira e até deixar o celular no bolso da calça podem comprimir a bateria além do limite. A Samsung, até agora, não confirmou ou negou essa explicação, mas talvez a confirme neste mês.