Em setembro de 2018, os fundadores do Instagram, o norte-americano Kevin Systrom e o brasileiro Michel Kriegers, anuciaram que estavam deixando o aplicativo. Surgiram, então, diversas teorias sobre o real motivo de suas saídas. Entre as possíveis causas está a frustração com o envolvimento cada vez maior de Mark Zuckerberg, cofundador do Facebook e proprietário do Instagram desde 2012.

Agora, parece que a resposta foi revelada. Uma reportagem do site Wired fala sobre os principais fatores que envolveram o Facebook e o Instagram durante um ano e meio. O conteúdo está organizado em uma linha do tempo que explica o que ocorreu:

  • a rápida ascensão do Instagram fez que os executivos do Facebook ficassem temerosos de que a aquisição afetasse seu potencial de crescimento;
  • enquanto Mark Zuckerberg se preparava para reorganizar sua equipe executiva pela primeira vez, os fundadores do Instagram pressionaram o então chefe do feed de notícias, Adam Mosseri, para ser seu representante oficial no Facebook. Eles gostaram dele e pensaram que ele poderia barrar demandas intrusivas;
  • depois que Systrom participou de diversas entrevistas, Zuckerberg declarou que ninguém mais poderia fazê-lo sem a permissão dele ou de Sheryl Sandberg, chefe de operações do Facebook;
  • em uma teleconferência em julho de 2018, Zuckerberg assumiu o crédito pelo sucesso do Instagram e disse: “Acreditamos que o Instagram foi capaz de usar a infraestrutura do Facebook para crescer duas vezes mais rápido do que por conta própria”;
  • Zuckerberg, então, cobrou do chefe de crescimento, Javier Olivan, que fizesse uma lista de todas as maneiras pelas quais o Facebook impulsionou o crescimento do Instagram. Um desses suportes era uma “tag” nas fotos do Instagram compartilhadas no Facebook, que mostrava onde elas haviam sido originalmente postadas;
  • Zuckerberg disse a Systrom que retiraria esses suportes para proteger a saúde do aplicativo do Facebook;
  • em memorando para os funcionários do Instagram, Systrom informou que Zuckerberg tiraria as ferramentas de crescimento por se opor a eles, mas que a empresa não teve escolha se não aceitar os termos. O Facebook ficou aterrorizado quando o memorando vazou;
  • Systrom pediu imediatamente alguns meses de licença paternidade. Durante sua licença, o Facebook começou a testar o rastreamento de localização e outras funções que iam contra tudo o que Systrom acreditava;
  • Systrom começou a suspeitar de que Zuckerberg estava disposto a fazê-lo infeliz o suficiente para que ele abandonasse a empresa;
  • quando Systrom voltou da licença, ele e Kriegers decidiram sair da companhia.

É inegável que o Facebook ajudou a tornar o Instagram mais popular, mas Systrom e Kryegers tinham crenças inabaláveis sobre o aplicativo que haviam criado. Com a saída deles, os usuários passaram a pensar que o aplicativo se tornaria apenas uma versão reformulada do Facebook.

Atualmente, o Instagram tem 2,7 bilhões de usuários em todo o mundo. Agora, resta acompanhar para ver se a companhia de Mark Zuckerberg vai conseguir manter o aplicativo como um dos mais populares ultimamente ou vai fazer que ele seja apenas mais uma versão do Facebook.

Via: The Verge