O ano de 2018 foi marcante no setor de tecnologia, com produtos interessantes, reviravoltas no mercado e escândalos (estamos olhando para você, Facebook). Mas agora isso tudo é passado, e é hora de olharmos para o futuro.

O que podemos esperar das gigantes da tecnologia para o novo ano que começa? O Olhar Digital observou o que as empresas têm feito nos últimos anos para entender o que esperar de empresas como Apple, Google, Microsoft, Amazon, Samsung e Facebook para 2019. Confira:

Apple

Reprodução

O ano que se encerra foi agridoce para a Apple. A empresa continuou faturando absurdamente graças ao iPhone, e os bons resultados fizeram com que a companhia se tornasse a primeira empresa com capital aberto nos EUA a alcançar o valor de mercado de US$ 1 trilhão. No entanto, 2019 promete ser mais desafiador para a empresa.

As projeções que se apresentam até o momento são negativas. A empresa pediu a desaceleração na produção de novos iPhones, o que significa que os aparelhos não estão sendo comprados no ritmo que se esperava. Os últimos trimestres também mostram uma estagnação no número de vendas de iPhones, o que pode ser uma tendência preocupante para se observar no próximo ano.

Será interessante ver o que a Apple guarda para o próximo ano. A empresa precisa diversificar suas fontes de receitas, já que mais de 60% de tudo que entra no caixa da empresa vem do iPhone. Outros produtos falharam em conquistar o público como iPhone conquistou: o iPad vem tendo quedas de vendas consistentes, o Apple Watch ainda está limitado nichos, os Macs se mantêm estáveis, mas não apresentam crescimento, enquanto o HomePod foi completamente ofuscado pelos concorrentes Google e Amazon. A única categoria que segue em alta na empresa é a de serviços.

Assim, 2019 pode ser um ano bem traiçoeiro para a Apple. O iPhone certamente carregará a empresa a novos resultados parrudos por mais algum tempo, mas ela precisa se reinventar logo, e o risco de ser passada para trás só aumenta se isso não acontecer no ano que vem. 

Vale a pena notar também que 2018 foi um ano “S”, o que significa que os iPhones viram apenas upgrades de especificações, sem grande renovação estética. Se a empresa mantiver a lógica que manteve desde que começou a lançar smartphones, devemos ter um iPhone diferente dos modelos X e XS.

Google

Reprodução

Ao contrário de várias de suas rivais, o Google teve um ano de 2018 razoavelmente tranquilo. A empresa acertou a mão no Pixel 3, não se envolveu em grandes escândalos como o Facebook (apesar de também ter políticas bastante questionáveis em relação a privacidade) e tem atividades bastante diversificadas, de forma que seus resultados não dependem de apenas um produto que pode sair de moda em algum momento, como é o caso da Apple.

Em 2019, devemos ver um Google cada vez mais investido em inteligência artificial. Durante este ano que se encerra, a empresa chegou a apresentar o Duplex, uma nova tecnologia integrada ao Google Assistente que permite que um robô faça ligações pelo usuário para marcar horários em restaurantes e salões de beleza, por exemplo. Esse tipo de coisa deve ser cada vez mais comum para a empresa, que deve integrar IA em todos os seus serviços.

No fim das contas, no entanto, o modelo da empresa continuará não sendo muito diferente do que é hoje: aproveitar os bons serviços gratuitos fornecidos aos usuários em troca de seus dados pessoais, utilizados para direcionar anúncios de uma forma cada vez mais próxima do público. Será interessante observar se a GDPR, a lei de proteção de dados da Europa, terá algum impacto sobre esse modelo nos próximos anos.

Facebook

Reprodução

O ano de 2018 foi horrível para o Facebook. A empresa foi bombardeada por escândalos, sofreu boicotes, viu suas ações despencarem, sua reputação com o público desmanchar e sua base de usuários começar a estagnar e até mesmo cair em mercados importantes como Estados Unidos e Europa.

Nessa situação, o que podemos esperar do Facebook no próximo ano? É difícil acreditar que a empresa não venha a ter novos problemas em 2019, porque são muitos anos de gestão problemática. A tendência é que tenhamos novos esqueletos encontrados no armário de Mark Zuckerberg ao longo do ano.

Ao mesmo tempo, também é difícil acreditar que a empresa não aprendeu a lição com a chuva de problemas de 2017 e 2018, então devemos ver uma companhia tentando se reconstruir e reconquistar a confiança do público. Simultaneamente, devemos ver o Facebook dando cada vez mais atenção a outros apps que não se chamam “Facebook”, e que ainda não estão tão queimados; é o caso do Instagram e do WhatsApp, por exemplo. Já se sabe que o WhatsApp deve começar a exibir publicidade em breve dentro dos Status, e o Instagram está cada vez mais integrado à estratégia do Facebook. É ver como isso se desenrola em 2019.

Amazon

Reprodução

O ano da Amazon foi forte, acompanhando a Apple na corrida pelo valor de mercado de US$ 1 trilhão. Ao mesmo tempo, alguns sinais preocupantes começaram a aparecer, indicando estagnação no crescimento no setor de comércio eletrônico, o que faz sentido considerando que a empresa já é quase um monopólio nos países onde atua.

Para continuar crescendo, devemos ver a Amazon diversificando suas atividades, o que inclui começar a apostar em lojas físicas, como já temos visto recentemente. A empresa já comprou a rede de mercados de alto padrão Whole Foods e começou a inaugurar as lojas Amazon Go, que usam tecnologia de câmeras e sensores de forma que o consumidor só precisa colocar os produtos na sacola e sair da loja; o processo de pagamento é vinculado à conta da Amazon e os produtos coletados são automaticamente cobrados do cartão de crédito do usuário.

O AWS promete continuar sendo uma potência no setor de computação em nuvem, e a tendência é que o negócio se torne ainda mais importante com o passar dos anos, já que a tendência é que o mercado de nuvem continue crescendo.

Microsoft

Reprodução

A Microsoft também teve um ano de altos e baixos. A empresa apresentou números sólidos ao longo do período e tem conseguido diversificar bem suas atividades, tornando-se cada vez menos dependente do sucesso de um único serviço como foi na época em que dependia apenas de Windows e Office. Os resultados positivos fizeram com que a Microsoft terminasse 2018 como a companhia de capital aberto mais valiosa das bolsas americanas, superando rivais enormes como Google, Apple e Amazon.

Ao mesmo tempo, nem tudo foi muito bem. A Microsoft escorregou feio na hora de liberar a atualização de outubro do Windows 10, causando mais problemas do que esperado, gerando perdas de arquivos, falhas inesperadas, “bootloops” e tantas outras crises que precisaram ser resolvidas de forma emergencial. Apenas agora, em dezembro, a atualização de outubro foi liberada de forma ampla para o público. A divisão de hardware também não vai tão bem assim: o Surface está crescendo, mas ainda não representa uma diferença significativa nos resultados da empresa, e o Xbox One também falhou em repetir o sucesso do 360.

Em 2019, certamente veremos a empresa tomando mais cuidado com a atualização do Windows para não repetir as falhas de 2018. Também veremos um investimento reforçado naquilo que deu mais certo até o momento: computação em nuvem, com a plataforma Azure. Na área do Xbox, começaremos a ver os esforços se voltando para 2020, quando é esperado o lançamento da próxima geração do console. Também veremos cada vez mais inteligência artificial integrada aos serviços da empresa, ao mesmo tempo em que a Microsoft parece estar deixando de lado a assistente Cortana; talvez o sistema seja deixado definitivamente para trás?

Samsung

O ano da Samsung foi bastante tranquilo em relação aos seus produtos, apesar de haver alguma agitação nos bastidores. Os lançamentos de 2018 foram apenas evoluções dos produtos de 2017, apesar de serem bons aparelhos, com boa aceitação do público. Tanto o Galaxy S9 quanto o Note 9 se mostraram excelentes aparelhos capazes de fazer frente à Apple no mercado dos tops de linha.

Se 2018 foi um ano de melhorias leves, o ano de 2019 promete algumas coisas mais ousadas. O S10 deve ser o primeiro aparelho da família S a adotar um “notch”, o corte na tela, mas com uma característica diferente dos iPhones: em vez da “franja”, o dispositivo deve ter apenas um furo na tela para abrigar a câmera frontal. É uma tendência que já foi observada no Galaxy A8s e que tem sido aplicada em outros dispositivos Android que têm sido lançados nas últimas semanas.

A grande novidade de 2019, no entanto, deve ser o primeiro celular dobrável da empresa, que finalmente teve um protótipo demonstrado em 2018 e está prestes a virar um produto real. A missão da Samsung será convencer o público de que essa ideia faz algum sentido e demonstrar os benefícios da tecnologia; até o momento, isso não ficou muito claro.